INTERNACIONAL: Impasse pelo óleo de soja entre China e Argentina se agrava

Publicado em 23/04/2010 12:25 e atualizado em 23/04/2010 14:20
Vice-ministro chinês do Comércio e ministra da Indústria da Argentina trocam acusações sobre relacionamento comercial.
O conflito entre China e Argentina por conta do óleo de soja continua. O relacionamento comercial e político entre os dois países voltou a ficar tenso nessa quinta-feira (21), quando o vice-ministro chinês do Comércio, Jiang Yaoping, declarou o descontentamento de seu governo gerado pelas restrições impostas pelo país sul americano à entrada de seus produtos. Nem mesmo um encontro amistoso entre a presidente argentina Cristina Kirchner e o presidente chinês Hu Jintao foi capaz de amenizar a tensão comercial.

Em resposta à medida argentina, o vice-ministro chinês também confirmou que, por enquanto, o bloqueio ao óleo de soja argentino não será suspenso. "Do ponto de vista do governo chinês, o fato de a Argentina iniciar processos de investigações antidumping tantas vezes contra um país é completamente irregular e discriminatório", disse.

O governo da Argentina respondeu à acusação pouco tempo depois, com a ministra da Indústria Débora Giorgi afirmando que “é errado falar de discriminação comercial já que o tempo todo o China se sujeitou aos procedimentos estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), de onde não surgiu nenhuma objeção formal por parte de Pequim, até o momento. O governo argentino está atuando contra a concorrência desleal, a favor da indústria nacional, do trabalho argentino e em defesa de 600 mil trabalhadores. Cada medida antidumping tem como origem a prova de um dano à indústria nacional ”.

Yaoping colocou em números o prejuízo chinês. “Em 2009, as autoridades argentinas iniciaram 18 processos de investigação antidumping contra produtos chineses. Esse número representa 64% das medidas tomadas por todos os países latino-americanos. Isso afetou o comércio bilateral em US$247 milhões", disse ele.

 Diante disso, o representante do governo chinês advertiu que não há mais alternativas a não ser “considerar medidas contra a Argentina”. E enfatizou ainda que a China segue sem comprar o óleo de soja argentino, apesar de uma negociação entre a Senasa (órgão argentino responsável por garantir a qualidade da produção agropecuária, pesqueira e florestal do país) e a vigilância sanitária chinesa com relação às exigências e aos carregamentos já enviados ao país asiático.

Com informações do Clarín.com
Tradução: Carla Mendes

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Redação N.A.

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