Fenômeno da soja louca II desafia pesquisadores

Publicado em 16/07/2010 08:46 e atualizado em 16/07/2010 09:52
Ácaro e desequilíbrio podem ser as possíveis causas do problema.
Um fenômeno apelidado pelos produtores de "soja louca II" está desafiando os pesquisadores. Lavouras do Mato Grosso foram as mais afetadas na última safra. Mas o problema foi registrado em todos os Estados produtores do grão.

Nas fotos tiradas em lavouras do Mato Grosso é possível perceber que as plantas não amadurecem e por isso não fecham o ciclo vegetativo. Também há relatos de alto índice de abortamento de flores e vagens. Por isso os agricultores apelidaram o problema de “soja louca II”.

A “soja louca I” foi identificada como sendo provocada pelo ataque de um percevejo verde em condições climáticas específicas. A “soja louca II” ainda desafia os estudiosos. A Embrapa e outras instituições de pesquisa fizeram um parceria com a Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso. O grupo vai fazer um mapeamento do problema em busca de respostas.

Há casos em que produtores de uma mesma região perderam entre 100 e 200 hectares cada. O desequilíbrio ambiental pode explicar a anomalia, mas um tipo de ácaro também está associado à “soja louca II”. O pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, diz que pode levar anos para se descobrir a causa. Por isso, ele dá um conselho que considera básico: atenção redobrada no manejo, sem abusar dos produtos químicos.

– Como não há controle já conhecido, nós pedimos calma. E também é muito melhor começar manejando adequadamente o solo porque existe um consenso de que provavelmente são várias causas e, mesmo que for o ácaro, é porque existe um desequilíbrio. Então vamos tratar esse desequilíbrio. Provavelmente ele está ligado às condições de manejo do solo, da palha e da planta daninha.

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Fonte:
Canal Rural

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2 comentários

  • Rui Seiti Kamimura Jr Conceição das Alagoas - MG

    Há algum tempo venho alertando sobre o caminho sombrio que vem trilhando a nossa agricultura. Várias questões pouco levantadas por não atender os interesses daqueles que vivem da desgraça do produtor como: "Por que temos tantas pragas e doenças na agricultura? É normal ou são criadas por nós?" (T. Yamada).

    O mesmo autor sugere ainda que temos de recorrer mais ao "supermercado" que a "farmácia", ou seja, ao invés de agir somente sobre as consequências aplicando produtos fitossanitários a torto e direito temos de manter o equilíbrio do sistema agrícola que utilizamos a começar pelo solo. Ao contrário do que muitos pensam e assim fazem seu manejo, o solo é um organismo vivo, sendo assim não adianta pensar que só aplicando calcário e gesso pra corrigir e adubando com uma série minerais vai dar tudo certo, é muito mais complexo que aquele barril de Liebig ou a Lei dos Incrementos decrescentes. Trabalhar com vida não é tão simples.

    Isso até parece conversa de ambientalista "bicho-grilo", mas não é não. Ou a gente acorda ou padece.

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  • Marcio Antonio Cezarotto Santarém - PA

    Vivenciamos isto aqui em Santarém após começarmos o plantio direto, tendo em vista que as áreas aqui são relativamente novas.

    Começou aparecendo um pé aqui e outro lá, quando assustou alguns optaram pela gradagem e sentiram diminuir muito. Na minha lavoura aprece em manchas e parece que se repete. Não tive grandes prejuízos mas assusta muito, estou até pensando em gradear as áreas pois havia uma palhada invejável de Brac Piatã e ainda assim apareceu. Parece que pode ser ácaro mas usamos 1l de endosulfan na dessecação, outros usaram Acefato com acaricida, parece que, como choveu menos, favoreceu. Acredito em ácaros que sehospedam em folha larga e transmitem alguma virose. Não seca nem com reglone. Precisamos muito de pesquisas urgentemente.

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