Cotação da soja continua subindo nesta manhã em Chicago e no Brasil

Publicado em 09/08/2010 07:20 e atualizado em 09/08/2010 09:36
Mesmo com a continuidade da realização de lucros sobre os preços do trigo em Chicago (que cai cerca de 19 cents), a soja na CBOT permanece em alta firme, com média de 10 cents nesta manhã de segunda-feira (sobre os  fechamentos de sexta-feira, que também encerraram o pregão com alta média de 4 cents). 

Os contratos negociados para março (mês da colheita no Estado de Mato Grosso) subiam no pregão noturno de Chicago 10,25 cents, indo a cotação para US$ 10,51 o bushel por volta das 8h, horário de Brasília. Depois de bater nos US$10,51, recuou e no fechamento ficou em US$ 10,45, com 4,50 de alta. Adicionados a este preço, os prêmos pagos sobre Chicago no porto de Paranaguá (para a soja disponível, FOB) estão 60 cents positivos, o que eleva a soja matogrossense, neste instante, a US$ 11,11 o bushell (27,2 kg).

Todos os demais vencimentos sobem cerca de 8 cents, elevando o vencimento novembro (mês da colheita nos EUA) para US$ 10,4275 o bushell. Seca na região do Delta do Mississipi (que é a região por onde começa a colheita norte-americana), mais as compras contínuas da China, mantem os preços em alta. 

Todavia, quinta-feira haverá a divulgação do relatório do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos) mostrando a evolução da safra americana, e, de acordo com vários escritórios de analises, a produção poderá ser maior do que a estimada nos relatórios anteriores. Isso, de acordo com analistas, é sinal mais do que suficiente para que os produtores que ainda tem soja estocada, à espera de melhores preços, fazer vendas parciais, garantindo assim os preços firmes do momento. No Paraná, por exemplo, estima-se que 4 milhões de ton ainda não foram negociadas.

No MT a soja atinge os melhores preços deste ano

No Estado de Mato Grossso, quem ainda tem soja nas mãos está comemorando o ótimo momento para a venda do produto no mercado interno. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), os preços pagos atualmente em Mato Grosso são os melhores do ano, em torno de R$ 34 a R$ 35 a saca, dependendo da região. A valorização atual, em comparação ao valor no pico da safra, março, chega a R$ 13, ou, 59%.

“Quem teve fôlego para suportar a pressão baixista verificada no início da colheita está colhendo os dividendos neste momento com preços remuneradores”, afirmou Carlos Favaro, diretor administrativo da entidade.

Mas, segundo ele, apenas uma minoria dos produtores mato-grossenses – o que equivale a cerca de 10% da safra, menos de 2 milhões de toneladas - está tendo o privilégio de vender pelos preços atuais. “Em meados de março atravessamos o pior momento, com os preços chegando a cair para R$ 22 a saca nas regiões norte e médio norte”, lembra. O motivo: a grande oferta de soja devido à chegada da safra e ainda a defasagem do dólar em relação ao real.

“Com o passar do tempo, apesar do câmbio não sofrer mudanças, permanecendo na casa de R$ 1,75, numa posição desfavorável para os exportadores, a soja começou a reagir a partir de maio, em virtude do atraso do plantio norte-americano e de fatores climáticos na Europa e na China”, avalia Favaro.

Outro fator que contribuiu de forma significativa para a recuperação da cotação da soja no mercado interno foi o “descolamento” da formação de preços de Chicago (EUA). Segundo ele, o preço era formado por Chicago, levando-se em conta o valor do prêmio menos o frete até os portos exportadores. No momento em que a oferta passou a ficar menor do que a demanda, com menos soja no mercado interno, o preço passou a ser formado internamente, com as indústrias processadoras pagando um prêmio a mais para os produtores. “Agora não temos mais esta formação com base nos preços do porto menos o frete. Na verdade, os preços agora vão até onde as indústrias estão podendo pagar porque elas precisam de matéria-prima para trabalhar”, explica Favaro.

2° Semestre - A tendência, segundo ele, é de que os preços continuem “desatrelados” de Chicago até o final do ano. Favaro estima que mais de 90% da safra mato-grossense já está vendida, sendo que a maior parte foi comercializada a preços entre R$ 25 e R$ 27 a saca de 60 quilos. “Tivemos também uma parte vendida abaixo desse preço”.

De acordo com o último boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semana passada encerrou com a maioria dos contratos negociada acima dos US$ 10/bushell, o que não era visto desde janeiro deste ano. O ganho semanal foi superior a 30 pontos. O contrato setembro iniciou a semana cotado a US$ 9,74/bushell e encerrou valendo US$ 10,12/bu. Já o contrato março ganhou 38 pontos sob 9,79/bu da segunda-feira (26). O dólar oscilou entre R$ 1,75 e R$ 1,77, mas encerrou a semana cotado a R$ 1,757.


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NA + Diário de Cuiabá

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