Soja: Estados Unidos devem ficar com fatia maior do mercado
Além disso, os estoques finais dos norte-americanos, que já estão em um patamar considerado muito abaixo do normal, podem ficar ainda mais apertados do que o previsto.
O ritmo acelerado das exportações de soja neste ano já sinaliza que os Estados Unidos podem ficar com a maior parte das vendas externas da Argentina, avalia Jack Scoville, analista da Price Futures Group, de Chicago (Centro-Oeste dos EUA). Para ele, a China já comprou mais soja do que o normal por duas razões. Primeiro, devido ao atraso no plantio do Brasil. E, segundo, porque o país asiático ainda tem receios sobre a logística brasileira, especialmente na primeira fase da colheita.
Por outro lado, se a quebra da Argentina se confirmar, o analista acredita que os produtores brasileiros poderão aproveitar para negociar a melhores preços do que os americanos. “O Brasil vendeu somente o suficiente para cobrir os custos e ainda tem muito produto a ser comercializado, diferente dos EUA, onde o porcentual vendido é maior”, lembra.
O relatório de exportações de soja do Departamento de Agricultura norte-americano mostra que o país já comprometeu 18 milhões de toneladas da safra 2010/11 para o mercado internacional. Somente a China comprou 12,6 milhões de toneladas, cerca de 70% do total. Ano passado, o país asiático registrava participação de 66% nas vendas norte-americanas de soja.