Soja produzida em Mato Grosso é preferência no mercado chinês

Publicado em 20/04/2011 15:07
Na última década as importações de soja pela China cresceram a uma taxa de 22% ao ano, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Durante o período a participação de Mato Grosso nas vendas aumentou significativamente e atualmente o país asiático é o principal destino das exportações do Estado. A previsão é de que nos próximos anos os embarques fiquem ainda maiores, mas o setor pede cautela.

Uma relação cada vez mais próxima. As vendas de soja produzida em Mato Grosso para a China crescem a passos largos. Em dez anos o faturamento com as exportações para o país asiático cresceu 50 vezes. Saltou de US$ 40 milhões em 2000, para US$ 2 bilhões em 2010. Como a demanda chinesa deve avançar nos próximos anos, a expectativa é animadora.

– Não apenas na soja, mas no agronegócio brasileiro. É um grande pólo consumidor, maior pólo importador de farelo e óleo, e o Brasil é o maior exportador para a China. E o Mato Grosso é um dos maiores Estados exportadores com destino a China. A China tem crescimento populacional e de renda, a demanda por alimentos cresce. O país continuará sendo importador e é fundamental para o agronegócio – explica o economista Paulo Molinari.

O aumento do interesse chinês é confirmado pelo presidente executivo da Hopefull & Holding Corp Ltda., Lin Tan, empresa que importa a cada ano entre três e cinco milhões de toneladas de soja do Brasil. Em viagem por Mato Grosso, onde participa como palestrante do circuito Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso(Aprosoja), Tan ressalta a qualidade do grão brasileiro.

– Durante nossa entressafra compramos soja do Brasil e da Argentina e notamos muita diferença de qualidade. A soja brasileira, em especial de Mato Grosso, é a melhor. Principalmente devido ao clima e a tecnologia utilizada. Além disso, tem a questão política. O governo argentino dá preferência ao esmagamento no próprio país e nós já temos capacidade muito grande de esmagamento, por isso precisamos da soja em grão – ressalta.

Apesar do avanço expressivo das vendas para a china e das perspectivas otimistas quanto aos embarques para o país asiático nos próximos anos, especialistas e lideranças da classe produtora reforçam que também é preciso ter cautela e que o setor não deve apostar todas as fichas apenas nesta relação comercial.

– Temos a China e Índia como grandes importadores e os EUA que é grande exportador. O Brasil não tem muito a perder neste processo. O que não pode é ser extremamente otimista. O ritmo é cadenciado. Mas o Brasil tem que crescer na velocidade e demanda do mercado, não pode ampliar sem saber – esclarece Molinari.

No ano passado a China foi responsável por 62% da receita total obtida com as exportações de soja em grão feitas por Mato Grosso. Para o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, esta dependência do mercado chinês não chega a ser preocupante, mas é preciso definir as regras deste comércio.

– A única preocupação que tem é quando há recusas. Eles recusaram alguns contratos do Brasil e EUA nas últimas semanas. Dizem que é normal, mas pra nós não é. Nem sempre eles fazem um novo contrato. No caso da China ainda não é muito claro estas recusas de alguns contratos. É preciso ter regras claras. É uma relação de confiança, que tende melhorar com o tempo – informa.

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Fonte:
Canal Rural

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