Goiás-China: acordo prevê investimento imediato de US$ 2 bilhões
Ele adiantou que, no próximo mês, comitiva de representantes de duas empresas chinesas desembarca em Goiás, para abrir caminho às negociações. Em recente viagem à China, Lima apresentou as potencialidades de Goiás, notadamente quanto às condições técnicas e climáticas para a produção almejada pelos asiáticos. Segundo ele, Goiás aguarda a elaboração de documento-proposta, que, posteriormente, será apresentado ao governador Marconi Perillo. O próximo passo seria reunir todos os atores à mesa de negociações. "Todas as secretarias implicadas serão chamadas ao diálogo", assegura o titular da Seagro. Hoje, a China é o país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de pessoas, sendo que a segurança alimentar é motivo de preocupação para o governo, que procura fortalecer os laços comerciais com Goiás. "A China quer ser um importante player [jogador, competidor] no cenário do mercado mundial de commodities", lembrou o assessor Elie Chediac (Assuntos Internacionais), um dos integrantes da comitiva goiana.
O memorando Goiás-China foi assinado também pelo secretário de Agricultura da Província de Hebei, Zhao Guo Ling, na cidade de Shijiazhuang (capital da província). A cerimônia foi aberta pelo secretário chinês, que agradeceu a presença da comitiva goiana e fez uma apresentação da agricultura local, com enfoque nas principais commodities. Do lado chinês do balcão, acompanharam o ato a representante da Estação de Agrotecnologia do Departamento de Agricultura de Hebei, a agrônoma Duan Lingling, o consultor do diretor do departamento, Li Da Bei, e o diretor do Project Management Office on Utilization of Foreign Fund for Agricultural Development Hebei Province, Zhang Shuan Yang.
Com amplas áreas para cultivo e investimentos em infraestrutura e tecnologia, a região Centro-Oeste já responde por mais da metade da receita de grãos colhidos no País. Uma injeção de aproximadamente R$ 74,4 bilhões ou 77% do resultado da venda de soja, milho, algodão e arroz, conforme consultores especializados. Goiás participa do ranking, já que é um dos maiores produtores de soja, milho e carnes. Com a alta dos preços dessas commodities no mercado internacional, os ventos favoráveis à expansão do agronegócio goiano sinalizam para os próximos anos investimentos substanciais, oriundos de economias mundialmente consolidadas.
Cultivada principalmente no Sudoeste goiano, a oleaginosa desperta o interesse dos chineses, que visitaram Goiás (final do mês de março, em Cristalina, entorno do Distrito Federal), na expectativa de conhecer o programa do governo estadual que possibilitaria a implantação de projeto de expansão da produção de soja, atualmente em 7,8 milhões de toneladas. O produto é o carro-chefe da economia, com expansão de 6,5% na área colhida (dados de 2010) e 7,9% na produção. No período, foram colhidas 7,3 milhões de toneladas, ante 6,8 milhões no mesmo período de 2009 (produtividade de 2,97 mil quilos por hectare).