Grãos: Preços fecham com forte alta após números do USDA mostrarem redução na safra americana

Publicado em 11/08/2011 13:52 e atualizado em 11/08/2011 17:07
Os grãos registraram um forte avanço em Chicago nesta quinta-feira. Os futuros da soja, do milho e do trigo conseguiram recuperar seu fôlego depois da divulgação do relatório de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) extremamente altista e fecharam o dia com intensa alta.

O departamento reportou uma redução nas suas estimativas de produção, produtividade e estoques finais para as três commodities, levando a soja a encerrar o pregão noturno com alta de mais e 30 pontos nos principais vencimentos, o milho com mais de 25 e o trigo com mais de 13. Os números do USDA além de ficarem bastante abaixo dos divulgados em julho, ainda são bem menores do que os volumes esperados pelo mercado.

Com isso, o mercado do complexo de grãos voltou a focar os fundamentos - que são muito positivos - e deixar de lado o cenário macroeconômico, que ainda sofre com a desconfiança e a incerteza em relação aos Estados Unidos e a alguns países da Europa.

"Os fundamentos ainda têm fatos suficientes para sustentar esses preços. Pode ficar de olho na tela que  a soja pode voltar a ficar próxima dos US$ 14 por bushel Não acho que se trata de uma repetição [da crise] de 2008", disse o analista de mercado Pedro Djeneka, da corretora RJ O'Brien. Djeneka aposta na continuidade da alta das cotações pelo menos no curto prazo.

De acordo com Flávio Oliveira, operador de mesa da Terra Futuros, quem deve mandar no mercado de grãos daqui em diante deverá ser o milho, já que a situação da produtividade norte-americana já está determinada e ficou bem abaixo do que o esperado. Às 11h30 (horário de Brasília), os preços do cereal chegaram a bater no limite de alta em Chicago.

"As lavouras de milho sofreram muito em julho com um calor de que não se via desde 1955 no Cinturão de produção. Estamos falando em queda de produtividade ainda maior e previsão de queda de área colhida", explica Oliveira.

Para o analista, esse cenário poderia gerar uma queda dramática nos estoques de passagem da safra 2011/12, o que levaria o mercado a promover um rápido racionamento da demanda provocando um aumento dos preços. "O relatório é extremamente altista a longo prazo", diz.

Analistas acreditam que o corte feito departamento norte-americano em suas estimativas para o milho não foram suficientes para expressar as perdas da safra 2011/12.

Vendas - Para a soja, a sugestão para os produtores é de que aproveitem esse alta de hoje e vendam parte de sua produção para garantir alguns preços e travar alguns custos. Porém, que reserve uma parte para aproveitar novas altas das cotações.

Veja como ficaram as cotações no fechamento da Bolsa de Chicago:

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

No Valor:

Nova estimativa de grãos traz alívio às cotações de commodities

Novas estimativas sobre oferta e demanda de grãos nos Estados Unidos e no mundo, divulgadas na manhã de hoje pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), deram fôlego extra às cotações internacionais de commodities como milho, soja e trigo.

O principal impacto do levantamento foi no mercado de milho, já que os ajustes promovidos pelo USDA resultaram em uma queda de 17,9% na previsão para os estoques finais americanos nesta safra 2011/12 na comparação com a previsão de julho. Houve ganhos em outras frentes, mas a deterioração da oferta no maior país produtor do grão do mundo resultou em baixa de 1% no cálculo do USDA para os estoques finais globais na temporada.

Nesse contexto, os contratos futuros do milho fecharam o pregão da bolsa de Chicago em forte alta — setembro subiu 24,5 centavos de dólar, para US$ 7,0250 por bushel — e puxaram também o trigo, que pode ser usado como substituto do milho tanto na alimentação humana quanto em rações. O USDA também promoveu correções no quadro de oferta e demanda do trigo, mas de menor envergadura.

De qualquer forma, baixou suas estimativas para produção e exportações dos EUA. O volume dos estoques finais mundiais em 2011/12 foi ampliado em relação à projeção de julho em 3,7%, mas na comparação com 2010/11 ainda há queda.

No caso da soja, o USDA cortou sua previsão para a safra americana em 2011/12 em 5,2%, o que se refletiu em estimativas menores tanto para as exportações do país quanto para a produção mundial.

Com isso, os estoques finais mundiais deverão ser 1,6% menores que os previstos em julho e quase 11% inferiores aos do ciclo 2011/12. Na bolsa de Chicago, os futuros reagiram positivamente e fecharam com ganhos. Os contratos com vencimento em novembro subiram 2,3%, para US$ 13,3175 por bushel.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas + Valor

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