Sustentabilidade, protecionismo e comunicação na cadeia de soja são discutidos na Expointer
A produção de soja do Brasil foi apresentada como a mais sustentável do mundo, na opinião dos participantes. Os especialistas discutiram a necessidade de adoção de práticas sustentáveis na produção agropecuária e apontaram o impasse existente entre países e blocos, que têm adotado medidas protecionistas na forma de barreiras não tarifárias.
Ocimar Villela apresentou o Soja Plus – Programa de Gestão Sócio-Ambiental da Propriedade Rural Brasileira. Entre os objetivos do programa está gerar um processo de melhoria contínua da produção de soja segundo requisitos de desempenho ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis.
Para o presidente da Aprosoja Brasil e da Aprosoja MT, Glauber Silveira, que acabou de voltar de uma viagem para a China, a legislação brasileira é a mais rígida do mundo. Ele defendeu uma certificação global, com critérios técnicos e científicos iguais para todos os países. Silveira afirmou que um dos desafios brasileiros é procurar atender o mercado chinês, que tem um crescimento muito grande. Nos próximos anos, os chineses devem importar 100 milhões de toneladas de soja.
Na opinião de Célio Porto, o protecionismo afeta o Brasil nos países desenvolvidos, devido às barreiras impostas. Geralmente esses países incentivam o consumo local, o bem estar animal e o conceito de ecologia.
Na sequência, foi apresentado o painel Comunicação com a Sociedade – Análise da Campanha Sou Agro. Participaram da discussão o gerente do Deagro - Fiesp e coordenador do Movimento Agro, Antônio Carlos Costa; o diretor corporativo de Comunicação e Sustentabilidade da Bunge, Adalgiso Telles; o vice-presidente da Aprosoja Brasil e Aprosoja MS, Almir Dalpasquale; e o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Moreira Mendes (PPS/RO).
A proposta da Campanha Sou Agro é destacar a importância do setor para o Brasil e revigorar o vínculo entre o campo e o cotidiano urbano. A campanha na televisão tem a participação dos atores Lima Duarte e Giovanna Antonelli.
O coordenador do Movimento Agro, Antônio Carlos Costa, disse que é necessário retomar a comunicação da sociedade urbana com o mundo agro. Segundo ele, a falta de comunicação levou a desenvolver dois estereótipos: o de grande produtor e o de pessoa despreparada.
– A Campanha sou Agro tem o objetivo de criar uma impessoalidade, de ser um movimento inclusivo, sem este tipo de estereótipos criados – afirmou Costa.
Outros objetivos da campanha foram apresentados por Adagilso Telles, entre eles: criar um vínculo emocional entre o mundo urbano e agro, desfazer os mitos construídos em torno do mundo agro e ter uma agenda de comunicação permanente.
– O mundo urbano precisa entender que depende do mundo agro – destaca Telles.
Segundo Almir Dalpasquale, nos grandes centros há uma resistência com o produtor, já no interior, acontece uma proximidade, o produtor rural consegue ter mais acesso as pessoas urbanas.
O deputado federal Moreira Mendes acredita que um dos desafios a vencer é a comunicação com a sociedade e que o produtor precisa ter consciência absoluta da sua força.
– Nós produtores matamos um leão por dia – disse.