Mais de 60% da receita exportada por MT é do complexo soja
As exportações mato-grossenses atingiram vendas recordes de US$ 9,23 bilhões com quase 18 milhões de toneladas em produtos exportados de janeiro a outubro deste ano. No entanto, apesar da receita ter incremento de 27,58% no mesmo período de 2010 e 2011, o volume exportado é praticamente o mesmo. A mudança na receita se deu por conta da valorização no preço médio dos produtos exportados que aumentou de U$0,40 para U$0,51. No caso da soja, o aumento foi de U$0,38 para U$0,49.
Até o momento, a pauta parece seguir imune às turbulências macroeconômicas como a crise mundial - que sufoca os Estados Unidos e alguns países europeus -, o embargo russo - que desde junho proíbe a entrada de produtos de origem animal (suína e bovina) de vários estados, assim como Mato Grosso – e ao câmbio desfavorável ao exportador – já que o dólar esteve na parte do ano, até agosto, desvalorizado perante o real .
Segundo o economista e consultor em Comércio Exterior, Vitor Galesso, o Estado mantém essa performance porque é um exportador de alimentos, “e mesmo em momentos de crise, o último item a ser cortado é o alimento”. Para ele, talvez em função de uma pauta de exportações basicamente dependente do complexo soja, o Estado não tenha se contaminado pela crise norte-americana, por exemplo.
Entre os importadores da soja mato-grossense, a China é a maior parceira comercial, responsável por 32% de todos os embarques realizados. “Enquanto os chineses tiverem apetite crescente pela soja, os preços internacionais da commodity se manterão em alta e as exportações mato-grossenses seguirão em ascendência”, avalia Galesso.
A melhor performance estadual havia sido registrada em 2009, quando os embarques somaram US$ 8,49 bilhões. Mato Grosso se mantém há 15 anos como o maior exportador do Centro-oeste, onde este ano é responsável até o momento por 53% das exportações. Entre 2010 e 2011 as vendas na região aumentaram de U$13,354 bilhões para U$17,516 bilhões. Atualmente, Mato Grosso responde pelo 8° lugar no ranking brasileiro.
Apesar de atualmente a maior parte das exportações do estado serem produtos oriundos direto do campo, de acordo com o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, “o objetivo é agregar valor à matéria-prima e abrir novos mercados para ampliar ainda mais as exportações através da industrialização”.