Lavouras de soja transgênica predominam
Lavouras ocupam mais de 25 milhões de hectares no país. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), na safra 2010/2011, 75% da soja cultivada foi transgênica. Para a safra 2011/2012, os números ainda não foram confirmados, mas apesar de um pequeno aumento no investimento em soja convencional, ainda predomina a escolha pelo plantio transgênico no estado.
No ano de 1997, os transgênicos ainda eram proibidos no Brasil. Muitos produtores adotaram a tecnologia, mesmo que ilegalmente, alegando que a soja transgênica tinha menor custo de produção e manejo mais fácil. A permissão para o cultivo de soja transgênica no Brasil não aconteceu rapidamente. Houve muita discussão entre órgãos de pesquisa, de meio ambiente e até do Idec, o Instituto de Defesa do Consumidor.
A soja transgênica tem dentro dela o gene de uma bactéria resistente ao principal herbicida usado nas lavouras: o glifosato. O gene foi introduzido na soja e com isso, quando o glifosato é passado na lavoura, todas as plantas em volta morrem, com exceção da planta geneticamente modificada.
Apenas em 2004, uma medida provisória autorizou, pela primeira vez, o plantio. Mas apesar das vantagens argumentadas por alguns produtores, o uso intensivo dessa tecnologia começou a demonstrar alguns problemas. Algumas plantas, como a buva, se tornaram resistentes ao glifosato, e começaram a se espalhar pelo Brasil. Mas não impediu a expansão das lavouras geneticamente modificadas: elas ocuparam 74% da área de soja no Brasil em 2010.
No Rio Grande do Sul praticamente tudo é transgênico. Em Mato Grosso, maior estado produtor do país, essa tecnologia também avançou, mas ainda divide espaço com as lavouras convencionais. Quem planta soja transgênica precisa pagar royalties, uma taxa cobrada pela empresa que desenvolveu a tecnologia. Por outro lado, alguns mercados pagam premiações pela soja convencional elevando o preço pago por ela.
Segundo o gerente técnico da Aprosoja, Nery Ribas, não se pode afirmar que uma é melhor que a outra. “Os custos e a produtividade da convencional e da transgênica são parecidos. O que costuma variar é o manejo. Então, cada produtor coloca na balança as vantagens que enxerga em cada uma durante o cultivo e comercialização e toma suas decisões”, avalia.
Em algumas regiões, a soja convencional ainda conquista a preferência dos agricultores. Sérgio Stefanello, que possui propriedade em Campo Novo do Parecis, explica: “Nossa região tem dois fatores que faz com que se plante soja convencional. Em primeiro lugar, a logística de exportação via Rio Amazonas feita pelas empresas com produtos convencionais tem um valor melhor que o produto transgênico, chegando em algumas situações a uma diferença de US$ 2 pela saca de 60 quilos. Em segundo lugar, o clima regional bastante regular facilita muito o controle de ervas daninhas, que é o objetivo hoje dos produtos transgênicos”.
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