Produtores de cana-de-açúcar tiveram prejuízo na safra 2012/13

Publicado em 14/10/2013 10:15

Na safra 2012/13, os custos de produção foram muito superiores aos preços recebidos pelos fornecedores de cana-de-açúcar e as destilarias que produzem etanol. É o que indica um estudo feito pelos técnicos do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Pecege/Esalq). 

Os resultados do estudo, divulgados na reunião da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apontam que, no Nordeste, a margem negativa para os fornecedores independentes foi de 31%, representando uma perda de R$22,91 por tonelada de cana. 

As regiões tradicionais de plantio também acumularam prejuízos. Em São Paulo e no Paraná, a margem de perda foi de 21,13% (R$13,61/tonelada). Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, considerados área de nova fronteira da cana, o prejuízo foi de 3,94% (R$2,53/tonelada).

Os levantamentos do Pecege/Esalq foram feitos em 15 regiões produtoras de cana e apontaram, como principais responsáveis pelo prejuízo, o alto valor das terras arrendadas nas regiões tradicionais e também a incorporação dos custos de capital no Nordeste.

Segundo o presidente da comissão da CNA, Enio Fernandes, o setor sucroenergético deve mudar sua atual política para não perder competitividade e evitar a saída dos produtores da atividade. A formação do preço pago pelas indústrias na hora da compra também é um problema. O pagamento, feito com base na metodologia de cálculo do conselho formado por representantes da usinas, destilarias e produtores de cana (Consecana) remunera a matéria-prima de forma injusta, com um valor de 10% a 13% abaixo do real.

Os produtores independentes conseguiram obter mais lucro do que as usinas que possuem suas próprias produções. Isso se deve à qualidade superior da matéria prima, que fizeram com que os níveis de Açúcar Total Recuperável (ATR) fossem maiores.

Os estudos realizados sobre o etanol mostrou que o combustível hidratado no Nordeste teve uma margem de lucro negativa em 17,5%. Nas regiões tradicionais, essa margem foi de 12,2%. Nas regiões de expansão, 11,9%. Para o etanol anidro, os números foram de menos 6,4% nas regiões tradicionais, menos 5,2% nas áreas de expansão e menos 11,4% no Nordeste.

Dos três produtos do setor, o açúcar foi o único a proporcionar margens positivas na safra 2012/13. No nordeste, o lucro para o açúcar branco foi de 10%. Na nova fronteira, o açúcar bruto (VHP), que é utilizado para a exportação, o lucro foi de 11%. Nas outras regiões, os dois tipos de açúcar geraram uma margem de lucro de cerca de 2%.

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Por:
Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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