Indústria da cana do Centro-Sul intensifica investimentos em mecanização

Publicado em 17/10/2013 08:10

Motivada pelo Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, que determina a safra 2014/2015 como fim do prazo de adequação à colheita mecanizada de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, a indústria canavieira do Centro-Sul do País segue investindo para atingir esse objetivo. Somente nas últimas seis safras, o total investido em novas máquinas agrícolas totaliza US$ 4,5 bilhões.

Esse total vai além do valor investido na compra de colheitadeiras, englobando diversos tipos de equipamentos necessários para a implantação da colheita mecanizada. Foram 5.700 caminhões e semi-reboques, 3.400 colhedoras, 13.600 transbordos e 6.800 tratores reboque, equipamentos que estão ajudando a deixar ainda mais sustentável a colheita da cana.

Somente na safra 2012/2013, o percentual de matéria-prima colhida de forma mecanizada alcançou 72,6% no estado de São Paulo, número que representa 3,38 milhões de hectares. Essa área equivale a 22 vezes a cidade de São Paulo, ou mais de 4,8 milhões de campos de futebol.

Apenas no segmento de colhedoras, as fabricantes esperam saltar de cerca de 6 mil unidades vendidas em 2012 para aproximadamente 9 mil unidades em 2013, um crescimento na casa de 50%. A Case IH, por exemplo, uma das principais do segmento, registrou no primeiro semestre de 2013 um crescimento de 62% nas vendas de colheitadeiras e de 53% em tratores, comparado com o mesmo período de 2012. Não por coincidência, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a empresa é uma das que mais crescem na área de equipamentos agrícolas no Brasil.

“Em 2012, a Case IH foi a empresa que mais aumentou sua participação no mercado de tratores e colheitadeira, além de ser a única marca que cresceu nos dois produtos. Em 2013, os resultados são ainda melhores. O mercado de colhedoras de cana também se mostra bem-aquecido, ainda mais com relação à confiança nas novas tecnologias da Case IH. A marca registrou um aumento nas vendas de 75% entre janeiro e agosto com relação a 2012, enquanto o setor cresceu cerca de 40%,” ressaltou o diretor Comercial da Case IH para o Brasil, César Di Luca.

Mecanização, ganhos sociais e ambientais

O responsável pelo projeto Etanol Verde da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), Ricardo Viegas, concorda que a cadeia produtiva da cana, principalmente as unidades instaladas em São Paulo, está em um bom momento tecnológico e socioambiental. Para ele, o setor hoje é exemplo dentro do agronegócio.

“Quando o Protocolo foi criado, a indústria do etanol e do açúcar era tida como uma das mais poluidoras, o que era visto como uma contradição, considerando os benefícios do biocombustível de cana. Hoje, 85% das indústrias instaladas no Estado estão mecanizadas, dando mais credibilidade aos produtos e gerando mais qualidade de vida,” explicou.

Para o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, os ganhos com a mecanização vão além do canavial, estendendo-se para o trabalhador e a comunidade que vive no entorno das indústrias.

“O uso das máquinas gerou novas oportunidades para muitos profissionais oriundos do corte manual da cana. Se somarmos os números de requalificados do Projeto RenovAção e das iniciativas criadas pelas próprias usinas com base nos métodos do RenovAção, chegamos a mais de 20 mil trabalhadores, que trocaram o podão por atividades mecanizadas nas áreas agrícola e industrial, com importantes impactos sobre a renda. Um ganho social, implementado com ações econômicas e ambientais,” afirmou.

Prazos do Protocolo

Firmado em 2007 entre as secretarias de Meio Ambiente (SMA) e de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo, em parceria com a UNICA, o Protocolo é uma vertente do Programa Etanol Verde, que define, entre outros aspectos, a antecipação voluntária dos prazos legais para o fim da queima controlada da palha da cana nos canaviais paulistas. Todas as usinas associadas à UNICA são signatárias do Protocolo.

A safra 2014/2015 é o prazo final para a eliminação do uso do fogo nas áreas planas, em que as máquinas podem operar. Para as demais áreas, com inclinação superior a 12 graus, o prazo de referência é a safra 2017/2018. Para os fornecedores, a safra 2014/2015 é o prazo para eliminação da queima em áreas mecanizáveis acima de 150 hectares e 2017/2018, em áreas não mecanizáveis e menores que 150 ha.

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Fonte:
Unica

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