Na Tailândia, momento crítico do mercado de arroz pode mudar perspectiva de preço do açúcar

Publicado em 19/06/2015 09:28
A ocorrência de El Niño e a precária situação das reservas do cereal podem acelerar uma virada nos preços internacionais

Ao contrário do açúcar, que passa pela quinta safra seguida de superávit, o mercado de arroz deve registrar o segundo déficit consecutivo neste ano. Apesar disso, nos últimos meses, as cotações do cereal continuaram sob pressão por parte dos elevados estoques globais. No entanto, segundo o analista da INTL FCStone, João Paulo Botelho, “muitos agentes neste mercado já vêm mudando de opinião e se tornando altistas para os preços do cereal em vista da situação dos estoques tailandeses e da probabilidade de ocorrência do El Niño”.

Somado ao efeito climático, a precária situação das reservas do grão pode acelerar uma virada nos preços internacionais deste produto. De acordo com a consultoria, isso poderia ajudar na volta de uma tendência de alta nos preços mundiais do açúcar, que estão nos menores níveis desde 2008.

Isso seria possível através de uma mudança na política atual do governo tailandês, que poderia reduzir seu apoio à produção do adoçante, dessa forma ajudando de forma decisiva nesta reversão nos próximos anos. “O quadro de excesso de oferta no mercado internacional já vem se revertendo, em vista principalmente da elevação da demanda. Na nossa estimativa, o superávit da safra 2014/15 será de apenas 502 mil toneladas”, completa o analista Botelho.

Ao longo dos últimos anos, a elevação dos estoques de arroz na Tailândia – maior exportador global do cereal – e os baixos preços do produto no mercado internacional levaram o governo do país a incentivar cada vez mais a produção de cana-de-açúcar, de forma a reduzir as “montanhas de arroz” nas quais o país se atolava.

Contudo, após o excesso do produto em 2012/13, os estoques do cereal tailandês devem terminar a safra 2015/16 em apenas 6,3 milhões de toneladas, queda de mais de 50% em apenas três anos. Enquanto isso, as reservas de açúcar devem continuar se elevando e alcançar a máxima de 6,2 milhões de toneladas, mais do que dobrando em relação a quatro safras atrás.

 

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Fonte:
INTL FCStone

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