Açúcar: Safra da Europa, Índia e BR fazem NY subir quase 3% nesta 5ª feira

Os contratos futuros do açúcar tiveram alta expressiva nas bolsas de Nova York e moderadas em Londres nesta quinta-feira (06). O mercado teve suporte da safra europeia, brasileiro e da alta do petróleo no mercado financeiro.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve alta de 2,84%, cotado a 18,46 cents/lb, com máxima de 18,50 cents/lb e mínima de 17,95 cents/lb. No terminal de Londres, o primeiro contrato subiu 3,12% no dia, a US$ 551,30 a tonelada.

O mercado estendeu os ganhos da sessão anterior nesta quinta-feira depois que a Comissão Europeia divulgou na véspera que a produção de açúcar da União Europeia deve cair 6,9% na temporada 2022/23 com seca, para 15,5 milhões de toneladas.

Além disso, o mercado acompanha as informações sobre a safra no Centro-Sul do Brasil.

Apesar de boas expectativas com a próxima temporada, que começará em abril, já que chuvas acima da média têm sido registradas no cinturão produtivo, o mercado está preocupado com a colheita e moagem do final da safra 2022/23 no país.

"Os comerciantes disseram que as chuvas no centro-sul do Brasil estão atrapalhando a produção de açúcar e ajudando a sustentar os preços", disse a agência Reuters.

Além disso, a Índia fechou a safra 2021/22 com produção do adoçante de 39,4 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de cerca de 17% ante o ciclo 2020/21), segundo dados do Ministério do Consumidor, Alimentação e Distribuição Pública.

O volume ficou acima, inclusive, do que o produzido pelo Brasil.

O petróleo também dava suporte ao adoçante. Ontem, em um acordo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) decidiram cortar a produção do óleo. O anúncio vem antes de um embargo da União Europeia ao petróleo russo em um mercado já apertado.

"Acreditamos que o impacto no preço das medidas anunciadas será significativo", disse à Reuters Jorge Leon, vice-presidente sênior da Rystad Energy. No Brasil, as usinas têm a opção de produção de açúcar ou etanol e por isso o petróleo impacta nos preços.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar voltaram a subir no mercado brasileiro. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, com alta de 0,02%, negociado a R$ 125,44 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 145,90 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,07 c/lb e alta de 0,22%.

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