Açúcar dispara em NY e Londres com suporte do petróleo e se aproxima dos 19 cents/lb
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Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (06) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O petróleo, além das informações sobre as origens produtoras, principalmente o Brasil, deu suporte aos preços externos do grão.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve alta de 1,19%, cotado a 18,68 cents/lb, com máxima de 18,73 cents/lb e mínima de 18,31 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato subiu 0,27% no dia, a US$ 552,80 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento do adoçante no terminal norte-americano subiu mais de 7%.
Os preços do petróleo avançavam cerca de 4% nas bolsas externas nesta tarde depois que a Opep+ decidiu por cortes na produção, o maior desde 2020. O anúncio veio pouco antes de mais um embargo da União Europeia ao petróleo russo em um mercado já apertado.
"Entre as principais ramificações do último corte da Opep+ está um provável retorno do petróleo em US$ 100", disse à agência Reuters Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM. O óleo impacta no açúcar porque o Brasil tem a opção de produzir o adoçante ou o biocombustível.
"O aumento dos preços da energia tende a levar as usinas de cana do maior produtor brasileiro a reduzir a produção de açúcar em favor do etanol, um biocombustível à base de cana", explica a Reuters.
Nos fundamentos, há fatores de suporte, mas também de baixa. Apesar das boas expectativas com a próxima temporada, que começará em abril de 2023, já que chuvas acima da média têm sido registradas, o mercado está preocupado com a colheita e a moagem do final da safra 2022/23 no Brasil.
"Os comerciantes disseram que as chuvas no Centro-Sul do Brasil estão atrapalhando a produção de açúcar e ajudando a sustentar os preços", disse a agência Reuters.
Por outro lado, a Índia fechou a safra 2021/22 com produção do adoçante de 39,4 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de cerca de 17% ante o ciclo 2020/21), segundo dados do Ministério do Consumidor, Alimentação e Distribuição Pública.
O volume ficou acima, inclusive, do que o produzido pelo Brasil.
Já a Comissão Europeia divulgou nesta semana que a produção de açúcar da União Europeia deve cair 6,9% na temporada 2022/23 com seca, para 15,5 milhões de toneladas.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar voltaram a subir no mercado brasileiro nessa finalização de safra no Centro-Sul. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, com alta de 0,19%, negociado a R$ 125,68 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 145,90 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,60 c/lb e alta de 2,79%.
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