Mais usinas operam no início de 24/25 após recordes de açúcar e etanol em 23/24
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SÃO PAULO (Reuters) -A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) projeta que mais usinas produtoras de açúcar e etanol estarão em operação em abril em relação ao ano passado, neste mês que marca o início da temporada de processamento de cana no centro-sul, principal região produtora do Brasil.
A Unica projeta que 131 unidades produtoras reiniciem as atividades na primeira quinzena de abril e outras 25 a partir do dia 15, de acordo com relatório publicado nesta sexta-feira.
Com isso, o número de unidades em operação até o final da primeira quinzena do mês, o primeiro da temporada 2024/25, deverá totalizar 205 usinas, contra 167 unidades operando em igual período de 2023. E até o final de abril o total deve atingir 230 versus 212 no ano anterior, estimou a Unica, representante dos produtores do centro-sul.
O ritmo de retorno das usinas após o período da entressafra pode sofrer alterações a depender das condições climáticas de cada região canavieira, acrescentou a entidade, enquanto o consenso do mercado acredita em um recuo na safra 2024/25 ante o recorde da temporada passada.
A moagem de cana do centro-sul do Brasil cresceu 6,5% na segunda quinzena de março, para cerca de 5 milhões de toneladas, enquanto a produção de açúcar aumentou aproximadamente 9%, com mais usinas em operação no período que antecedeu o início oficial da nova safra em 1º de abril, segundo a Unica.
A produção de açúcar, de 183 mil toneladas no período, é ainda pequena em relação aos meses de maior moagem, mas deve aumentar nas próximas semanas com mais usinas reiniciando os trabalhos já na nova safra 2024/25.
Já a produção de etanol somou 528 milhões de litros, alta de 37,4%, na última quinzena da safra 2023/24, uma temporada marcada por recordes com a recuperação da produtividade.
23/24 HISTÓRICO
As unidades produtoras da região centro-sul do Brasil concluíram a safra 2023/24 ao final de março com moagem acumulada na temporada de 654,43 milhões de toneladas de cana, crescimento de 19,29% sobre 2022/23.
Isso se refletiu na fabricação de açúcar e etanol. De acordo com o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, "pela primeira vez registramos recorde na moagem, na fabricação de etanol e na fabricação de açúcar no mesmo ano".
A safra recém-encerrada, cujo recorde de moagem e produção de açúcar já havia sido sinalizado anteriormente, registrou aumento de 19% na produtividade agrícola nos canaviais, para 87,2 toneladas de cana por hectare colhido, apontou a Unica.
"Esse resultado observado no campo advém principalmente de um regime climático excepcional na primavera-verão de 2022 e início de 2023, aliado ao esforço constante da cadeia sucroenergética para a incorporação de recursos tecnológicos que permitam maximizar os resultados na lavoura", acrescentou Rodrigues, em nota.
A produção final de açúcar atingiu a máxima histórica de 42,42 milhões de toneladas na safra 2023/24, aumento de 25,70% ante o ciclo passado e crescimento de 10,30% na comparação com o recorde anterior de produção, da safra 2020/21, uma vez que as usinas direcionaram tudo que puderam da matéria-prima para a produção do adoçante, mais rentável que o etanol. O "mix" fechou em 48,87%, versus 45,86% no ano anterior.
A produção de etanol no ciclo 2023/24 também registrou recorde histórico, mas com impulso de aumento de 1,83 bilhão de litros de biocombustível produzidos a partir do milho de segunda safra.
No total, as unidades do centro-sul produziram 33,59 bilhões de litros do combustível renovável, alta de 16,16% em relação ao volume da última safra e crescimento de 1,01% na comparação com o recorde anterior de produção verificado no ciclo 2019/2020 (33,26 bilhões de litros).
(Por Roberto Samora; edição de Letícia Fucuchima)
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