Apesar de alta do dólar, futuros do açúcar fecham com ganhos por conta de queda da produção no Centro-Sul
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Mesmo com alta superior a 1% do dólar em relação ao real, novos dados sobre a produção de açúcar no Centro-Sul fizeram com que as cotações do açúcar ampliassem as altas da última sessão e subissem em torno de 0,50% em Nova York e quase 1% em Londres nesta quarta-feira (27).
Como aponta Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da Hedgepoint Global Markets, em análise divulgada nesta quarta-feira, o cenário macroeconômico atual, com destaque para o dólar forte e economia chinesa fraca, é desfavorável para as commodities agrícolas, incluindo o açúcar.
Entretanto, assim como outros analistas, ela afirma que no 1º trimestre de 2025, espera-se um déficit significativo, que pode superar 2 milhões de toneladas caso a Índia não exporte. Para Coda, as chuvas recentes no Brasil favorecem o desenvolvimento da safra 25/26, mas condições climáticas adversas podem impulsionar os preços.
Uma demonstração disso foram as altas desta quarta-feira, que, como afirma o Barchart, ocorreram por conta da redução da produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil. “Os preços do açúcar hoje estão moderadamente mais altos devido a um declínio na produção do Centro-Sul do Brasil”, frisa o portal.
O relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgado nesta quarta-feira informou uma queda de 52,81% no processamento do Centro-Sul, durante a primeira quinzena de novembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
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Com isso, a produção de açúcar nos primeiros quinze dias de novembro totalizou 897,53 mil de toneladas, registrando queda de 59,18% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (2,20 milhões de toneladas). Além disso, no acumulado desde o início da safra até 16 de novembro, a fabricação do adoçante foi 3,04% menor, com 38,27 milhões de toneladas, contra 39,47 milhões de toneladas do ciclo anterior.
Diante desse cenário, na Bolsa de Nova York, o contrato março/25 subiu 0,12 cents (+0,56%), negociado a 21,69 cents/lbp, enquanto o maio/25 teve um acréscimo de 0,09 cents (+0,44%), encerrando o dia a 20,36 cents/lbp. O julho/25 avançou 0,07 cents (+0,36%), cotado a 19,65 cents/lbp, e o outubro/25 apresentou uma alta de 0,05 cents (+0,26%), valendo 19,47 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o contrato março/25 registrou um aumento de US$ 5,00 (+0,90%), encerrando a US$ 560,20/tonelada. O maio/25 avançou US$ 5,60 (+1,01%), sendo negociado a US$ 558,00/tonelada. Já o agosto/25 teve um ganho de US$ 4,30 (+0,79%), cotado a US$ 546,50/tonelada, enquanto o outubro/25 subiu US$ 2,90 (+0,54%), fechando o dia a US$ 535,00/tonelada.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, como mostra o indicador Cepea Esalq, em São Paulo, o açúcar cristal branco teve leve alta de 0,10% e está cotado em R$ 166,57/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) também subiu, valorização de 1,73%, e tem valor de R$ 156,04/saca. O cristal empacotado vale R$ 17,1504/5kg, com baixa de 0,29%. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8720/kg, após perda de 0,51%. O VHP permanece com preço de R$ 111,81/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 157,55/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 158,25/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 151,57/saca.
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