Açúcar: preços sobem em Londres pela sexta sessão seguida com mercado atento à Índia
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Os futuros do açúcar branco fecharam esta segunda-feira (17) contabilizando altas pela sexta sessão seguida na Bolsa de Londres, diante de preocupações com a produção indiana. O preços avançaram mais de 1% entre os contratos mais negociados. Não houve negociações na Bolsa de Nova Iorque por conta do feriado do Dia do Presidente.
O contrato maio/25 subiu US$ 9,70, cotado a US$ 547,20 por tonelada (+1,80%). O agosto/25 avançou US$ 6,60, para US$ 528,00 por tonelada (+1,27%). O outubro/25 teve alta de US$ 5,20, sendo negociado a US$ 517,40 por tonelada (+1,02%), enquanto o março/26 subiu US$ 4,70, fechando em US$ 512,70 por tonelada (+0,93%).
A Bloomberg destaca que a produção de açúcar na Índia pode cair para 26 milhões de toneladas depois que uma doença prejudicou a safra de cana em sua principal região produtora de Uttar Pradesh, de acordo com informações de Ravi Gupta, diretor executivo da grande produtora Shree Renuka Sugars Ltd. A declaração foi feita na última semana, durante a Dubai Sugar Conference. Esse número é cerca de 1 milhão de toneladas menor do que a maioria das estimativas da indústria.
O açúcar branco de Londres tem suporte nessas notícias. Como aponta a Bloomberg, Gupta disse também que há uma forte demanda por açúcar branco ao mesmo tempo que há suprimentos menores da União Europeia e da Tailândia. “A oferta restrita de açúcar refinado aumentará o prêmio do açúcar branco em relação ao açúcar bruto após um período de preços baixos”, acrescentou.
Segundo ele, os preços mundiais do açúcar precisam ficar acima de US$ 530/tonelada para incentivar as exportações. “Para que exportações de 1 milhão de toneladas aconteçam, o mercado mundial precisa subir para precificar o açúcar indiano”, conclui o diretor executivo da Shree Renuka Sugars.
Segundo análise de Arnaldo Luiz Correa, diretor da Archer Consulting, “o consenso entre os participantes do evento [em Dubai] é que o clima será o principal fator de influência nos preços, seguido pelos fundamentos do mercado. A pesquisa realizada durante o evento revelou que 60% dos participantes estimam a produção brasileira entre 40 e 42 milhões de toneladas, enquanto 21% esperam algo entre 38 e 40 milhões, e o restante aposta em um volume entre 42 e 44 milhões de toneladas”.
Porém como ressalta Correa, “o entusiasmo gerado por eventos internacionais como o de Dubai é natural, muitas vezes impulsionado pelo clima positivo das interações e reuniões festivas. No entanto, o mercado precisará de dados concretos a partir de abril, especialmente sobre o tamanho da safra brasileira e as condições climáticas em Índia, China e Tailândia, que podem influenciar significativamente a oferta global”.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, o indicador Cepea Esalq mostra, em São Paulo, o açúcar cristal branco com valor de R$ 142,55/saca, queda de 0,26%. O açúcar cristal em Santos (FOB) tem valor de R$ 146,66, alta de 0,14%. O cristal empacotado em São Paulo vale R$ 16,2645/5kg, baixa de 2,28%. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,6306/kg. O VHP tem preço de R$ 119,71/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 154,31/saca, valorização de 3,10%. Na Paraíba, a cotação é de R$ 144,11/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 147,55/saca.
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