Caeté/MG utiliza colheita mecanizada em 60% da área

Publicado em 13/05/2009 13:11

O setor usineiro não está dependendo exclusivamente da mão-de-obra humana para realizar o trabalho braçal. Antes o cortador de cana enfrentava condições adversas para realizar o trabalho. A colheita de cana está passando por um processo de mecanização, em que o homem cede o lugar para a máquina. De acordo com especialistas, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar não só aumenta o rendimento operacional do procedimento como também reduz seu impacto ambiental, por dispensar a queima de resíduos.

Conforme o gerente agrícola da Usina Caeté, unidade de Volta Grande, Joaquim Malheiros, a mecanização da colheita da cana de açúcar reduz o impacto ambiental, por dispensar a queima da palha. Segundo Joaquim, a Usina Caeté realiza a colheita mecanizada em uma área de 48 mil hectares, num total de quatro milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o equivalente a 60% de toda a área, Unidade Sudeste-Delta e Unidade de Volta Grande. "Outro fator importante é que, com a colheita mecanizada, a palhada que fica no campo forma uma camada de cobertura vegetal no solo, bloqueando a luz do sol, diminuindo sementes de ervas daninhas, além de conservar maior umidade, melhorando o desenvolvimento da planta. Consequentemente, diminuindo a utilização de herbicidas e aumentando a produtividade agrícola", explica Joaquim.

Malheiros relata que a colheita mecanizada pode diminuir a vida útil do canavial (diminuir a quantidade de ciclos) devido à maior compactação do solo causada pelo trânsito de equipamentos na mesma área, arranque de soqueira (raiz da planta necessária para a rebrota), estrago nas gemas (estrago das mudas) ou mesmo perdas invisíveis na planta.

Vantagens - Na opinião do gerente agrícola, a manipulação da cana crua (como é chamada a cana resultante do corte mecanizado, sem queima) traz vantagens por apresentar uma maior conservação da qualidade da matéria-prima, minimizando impurezas minerais e mantendo os índices de impurezas vegetais. Além de apresentar menor custo de colheita, comparado com o corte manual.

Joaquim observa que a eliminação da queimada é uma realidade com a evolução da colheita mecanizada e com a assinatura do protocolo ambiental entre o setor sucroalcooleiro e o governo. "Até 2014, haverá a eliminação da prática de queimada nas áreas mecanizáveis. É importante ressaltar que a queima em terrenos urbanos e pastagens é responsável por boa parte da fuligem percebida nos centros urbanos", diz.

"Cada máquina substitui a mão-de-obra de aproximadamente 80 pessoas por 3 operadores, 1 mecânico e 1 eletricista. Cada colhedora é capaz de fazer 600 toneladas por dia, em 24 horas. A colheita mecanizada tem seus problemas também, a começar pelo valor do investimento, que chega a R$ 1 milhão por máquina. Podendo haver perdas diretas, em função de má regulagem ou operação, aumentando arranque ou o abalo de soqueiras, corte na altura errada, estrago das gemas (causando estrago da muda). Devido ao espaçamento da cultura, um dos lados da máquina colhedora roda sobre a linha de cultivo, o que aumenta a densidade do solo e leva a uma rebrota menos uniforme. A topografia deve ser plana, terrenos com alta declividade e certas variedades de cana também são desfavoráveis à colheita mecanizada", conta.

Malheiros ressalta que a máquina é eficiente, mas que também é mais exigente, dependendo de um amadurecimento de todo o setor sucroalcooleiro na formação de mão-de-obra capacitada, que possibilite atender esta demanda, que é crescente. "De uma forma geral, é necessário uma preparação das áreas para instalação do canavial para a mecanização, chamada de sistematização, mudança do espaçamento entre linhas, variedades de cana plantadas, treinamento de pessoas, entre outros", diz.

"Enquanto isto, nós da Caeté nos preocupamos com o treinamento e requalificação da mão-de-obra do campo (colheita manual) para a mecanização. Para isto são realizadas simultaneamente escolinhas com apoio de órgãos como Senar, Sine, Sebrae, entre outros órgãos, dando oportunidade para os trabalhadores e migrando a mão-de-obra para onde a demanda é maior", relata.

Joaquim esclarece que a cana de açúcar é uma planta que possibilita a rebrota e colheita em ciclos que duram de 4 a 6 anos, com realização de tratos culturais (adubação, combate a ervas daninhas e pragas). "Hoje a Usina Caeté colhe 60% de toda a sua área de forma mecanizada, sendo esta porcentagem crescente a cada safra, com o objetivo de atingir 100% de colheita de cana crua, até 2014, conforme protocolo ambiental", finaliza.


Fonte: Jornal de Uberaba

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Jornal de Uberaba

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