Preço do etanol anidro em SP recua após 13 semanas de alta

Publicado em 04/05/2011 08:14
O preço do etanol anidro no Estado de São Paulo registrou a primeira queda semanal após 13 semanas, informou nesta terça-feira o Cepea, dizendo que o aumento da oferta do produto, com as usinas aproveitando a boa remuneração obtida com o biocombustível, colocou pressão sobre as cotações.

O valor do etanol anidro --aquele misturado à gasolina-- teve queda na usina de 12,6 por cento na última semana, para 2,3815 reais por litro, conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

"Pesquisadores do Cepea explicam que essa queda se deveu ao aumento da oferta de etanol por parte das usinas, o que levou algumas distribuidoras a comprar o necessário apenas para a demanda de curto prazo, na expectativa de novas quedas dos preços", afirmou a instituição em nota.

A queda ocorreu após o preço do anidro ter mais que dobrado neste ano. De 21 de janeiro até 20 de abril, a cotação do produto (sem impostos, a retirar na usina) acumulou alta de 122 por cento, segundo pesquisa do Cepea.

Ainda de acordo com a avaliação do centro, a oferta de etanol anidro cresceu devido à boa remuneração registrada pelo produto, o que levou as usinas a intensificarem a produção do combustível.

Cálculos do Cepea mostram que o anidro, na média de abril, remunerou cerca de 24 por cento a mais que o açúcar cristal; no comparativo com o etanol hidratado (utilizado pelos veículos flex), o anidro remunerou por volta de 65 por cento a mais --considerando-se os valores médios de venda pelas usinas do Estado de São Paulo.

"Com essa vantagem financeira, neste início de safra, usinas intensificaram a produção de anidro, o que justifica o aumento da oferta captado pelas pesquisas Cepea, em especial na última semana."

E a tendência é de que o mercado de etanol se regularize durante o mês de maio, à medida que mais usinas entram em operação na região centro-sul, que produz cerca de 90 por cento da cana no Brasil, de acordo com avaliação do governo.

A redução do preço na usina, entretanto, costuma não ser repassada imediatamente para o produto no posto de combustível.

Mas o Cepea também observou que os preços "começam a enfraquecer", embora este ano isso só tenha ocorrido um mês após o início oficial da moagem em São Paulo, Estado que responde por mais da metade da safra de cana nacional.

Especialistas lembram ainda que a frota de carros que utilizam etanol tem crescido mais rapidamente que a produção do combustível.

Diante dessa conjuntura, buscando maior atuação no mercado de etanol, o governo publicou na sexta-feira passada a Medida Provisória 532, que amplia o intervalo do percentual da mistura de anidro na gasolina.

Atualmente, mistura-se 25 por centro de anidro na gasolina. Mas com a MP, caso o governo decida reduzir a mistura, poderá levá-la para 18 por cento, contra piso anterior de 20 por cento.

Uma eventual redução da mistura, que elevaria a oferta de etanol para o mercado, ainda precisa ser decretada.

HIDRATADO

Em relação ao etanol hidratado, o Cepea afirmou que a queda nos preços prosseguiu.

"Como a procura por esse combustível está relativamente baixa pelo fato de a gasolina C estar mais vantajosa em termos econômicos, a queda de preços do hidratado vem ocorrendo desde o final de março", notou o centro.

O indicador semanal Cepea/Esalq do hidratado (Estado de SP) caiu 8,2 por cento na última semana em relação à anterior, para 1,3374 real por litro (sem impostos, a retirar na usina).

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Fonte:
Reuters

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