Lobão diz que Petrobras pretende triplicar produção de etanol
O ministro, que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, explicou que é preciso uma "política mais agressiva" da estatal petrolífera na produção de etanol, mas disse que ainda não há previsão de custos para o projeto de crescimento da Petrobras no setor.
"Adotamos agora a política também de uma política mais agressiva da Petrobras na produção de etanol. A Petrobras produz hoje cerca de 5% de todo o etanol consumido no Brasil. Nós vamos avançar rapidamente para a produção de 10%, 12%, 15% nos próximos anos, em três, quatro anos. Com isso, a Petrobras se transforma definitivamente num regulador eficiente do fornecimento e dos preços de etanol", explicou.
"O objetivo já estabelecemos. Os custos a Petrobras está examinando e fazendo um estudo para fazer uma planilha de custos", disse o ministro.
Na última semana, Dilma Rousseff havia assinado uma medida provisória para abrir caminho para o aumento da regulação do setor de etanol. O texto altera a classificação do insumo de "produto agrícola" para "combustível", prática que permite que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) possa atuar na fiscalização do produto, sua comercialização, estocagem, exportação e importação.
A idéia da ANP é começar a igualar o etanol ao tratamento dado para os combustíveis derivados do petróleo. Atualmente o setor não tem uma política efetiva de formação de estoques, mecanismo que minimizaria as oscilações de preço, como na entressafra da cana de açúcar.
Ao comentar os crescentes aumentos de preço dos combustíveis em todo o País, o ministro Edison Lobão afirmou que o abastecimento de etanol deve ser ampliado a partir da próxima semana e, com isso, minimizar a pressão inflacionária sobre o insumo. "Crescendo o abastecimento, o fornecimento do etanol através das refinarias, e a partir da próxima semana a oferta será muito maior e, como consequência, a tendência é uma queda crescente nos preços do etanol", disse.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgada nesta sexta ficou em 6,51% nos 12 meses encerrados em abril, patamar acima do teto de 6,5% de pressão inflacionária estipulados pelo governo. No período a gasolina registrou avanço de 11,68%.