Para presidente da BR, diminuição do preço da gasolina está relacionada à retomada da produção de etanol
A safra terminou em dezembro do ano passado, provocando elevação dos preços do etanol, “tanto o etanol hidratado, que é usado diretamente, quanto o anidro, que é misturado 25% com a gasolina”. No Brasil, existem dois tipos de gasolina: a A, que é vendida nas refinarias da Petrobras, e a C, que recebe a adição de 25% de álcool anidro. “A gasolina C caiu porque os preços do etanol começaram a descer”.
No ano passado, o preço do etanol atingiu R$ 0,80 e no auge da crise do produto, chegou a R$ 2,80. Lima Neto explicou que um aumento de R$ 2 no preço do etanol eleva em R$ 0,50 o preço da gasolina C, que é vendida ao consumidor e tem na sua composição 25% de etanol. Hoje, Lima Neto disse que já existe etanol sendo negociado a R$ 1,25 ou R$ 1,30. Para ele, o que houve foi que “o preço subiu porque subiu o álcool anidro. E o preço desceu porque desceu o álcool anidro”.
A diminuição média repassada pela BR a seus revendedores, e já divulgada anteriormente pela empresa, foi de 6% do preço da gasolina e de 13% do preço do álcool.
A tendência, prevê, é que os preços do etanol continuem caindo, com a entrada da nova safra. Lima Neto admitiu que nesse cenário, a BR poderá vir a fazer alguma nova redução nos preços para revenda. “Provavelmente vão acontecer novas quedas porque a tendência é, com a entrada da safra, os preços do etanol continuarem caindo”.
A reação da BR é resultado do preço do insumo comprado pela companhia, frisou. “É preciso ver o que está acontecendo com o etanol, para saber o que eu vou fazer. Pode ser que a queda dele faça com que a gente tome essa decisão mais adiante, tanto para a gasolina quanto para o álcool. Porque, na gasolina C tem álcool lá dentro”, afirmou.
Antes desse processo, as vendas da BR entre novembro e dezembro do ano passado eram divididas em torno de 75% de gasolina e 25% de etanol. No auge da alta do etanol, no fim de abril, ele informou que as vendas de gasolina chegaram a atingir 93%, contra 7% de etanol. Na atual fase de transição, a participação do etanol nas vendas da BR já começou a subir, disse Lima Neto. “E o etanol passou a ter um preço bem mais competitivo”. A tendência é voltar à normalidade, afirmou.
O presidente da BR prevê a continuidade do processo de diminuição dos preços do etanol, observado no momento. “Não sei para que patamar ele vai voltar, mas há uma expectativa de que continue caindo o preço”, disse, e lembrou que no ano passado, o etanol ficou abaixo de R$ 1 o litro.
Lima Neto admitiu que a demanda crescente é outra variável que tem de ser considerada nessa equação. A frota de automóveis flex vem crescendo no Brasil, “Por outro lado, a frota antiga, que era cativa da gasolina, está sendo alienada, de tal modo que cada vez mais, proporcionalmente, você vai ter na frota brasileira mais carros flex”. O problema, apontou, é que a produção de etanol foi menor do que a demanda apresentada.