Açúcar volta a subir no mercado interno

Publicado em 27/06/2011 07:23
O ritmo ainda lento de produção no Centro-Sul está gerando novas altas nos preços do açúcar cristal no mercado interno. No início de maio, as cotações até chegaram a arrefecer, mas desde meados de junho voltaram a subir. O resultado é que atualmente o preço do açúcar está 37,5% mais elevado do que em igual período do ano passado, segundo o indicador Cepea/Esalq.

A demanda por açúcar para exportação elevou o prêmio (ágio sobre a cotação em Nova York) nos portos brasileiros, o que sustentou o valor do produto no mercado doméstico, explica Thiago Gil, consultor da FCStone. No começo de maio, os prêmios para o açúcar bruto (VHP) chegaram a 250 pontos por tonelada e os do branco (açúcar 150) a 180 pontos.

Atualmente, diz Gil, o prêmio para o açúcar bruto está em 20 pontos por tonelada, e caminha para ser zerado. Já o ágio para o açúcar branco segue em 140 pontos, o que indica uma escassez mais aguda do produto no mercado, diz o especialista da FCStone.

A remuneração do açúcar no mercado interno continua a superar a do açúcar na bolsa de Nova York e a do etanol, segundo cálculos da consultoria Datagro. Enquanto o contrato nº 11 em Nova York fechou o dia 22 deste mês valendo 26 centavos de dólar por libra-peso, o açúcar de mercado interno posto no porto fechou ao valor equivalente a 27,41 centavos de dólar. O etanol anidro fechou a 22,34 centavos de dólar e o hidratado, a 21,62 centavos de dólar.

A oferta mundial de açúcar, no entanto, continua a crescer. Na última semana, a consultoria F.O. Licht divulgou que a produção recorde na Tailândia no ano-safra que começa em novembro pode compensar uma possível queda de produção no Brasil, maior produtor mundial da commodity. A previsão da consultoria alemã é de que a produção de açúcar da Tailândia deve crescer 500 mil toneladas, para 10,5 milhões de toneladas. A F.O. Licht prevê para a Índia uma produção 8,5% maior, de 28,5 milhões de toneladas.

Ainda que se confirme o crescimento de produção desses dois países, diz Gil, o cenário permanece altista, pois o mercado externo está ainda precificando a redução da safra no Brasil.

Há duas semanas, a Datagro revisou sua estimativa da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul para 536 milhões de toneladas, 3,2% abaixo do estimado em maio e 3,6% menor do que na safra passada.

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Fonte:
Valor Econômico

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