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China já reduz oferta de fertilizantes no mercado global; relações de troca para 2022 sobem forte

Publicado em 29/09/2021 14:22 e atualizado em 29/09/2021 16:45
Jeferson Souza - Analista de Fertilizantes da Agrinvest
Nas últimas horas, preços em diversos pontos do comércio global de fertilizantes, principalmente nitrogenados, fosfatados e ureia, subiram de forma expressiva. Cenário é difícil para os insumos e já dobra relações de troca para o milho safrinha 2022 e soja 2022/23.

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Entrevista com Jeferson Souza - Analista de Fertilizantes da Agrinvest sobre os Fertilizantes

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O cenário global de fertilizantes é bastante difícil neste momento e a notícia de que a China poderia suspender suas exportações de fertilizantes agravou ainda mais o quadro. Desde que esta informação chegou com mais força ao mercado, nesta terça-feira (29), já foi possível notar uma restrição de oferta por parte da nação asiática e um aumento expressivo dos preços em algumas partes do globo. 

"Já vemos uma oferta menor por lá de algumas matérias-primas exclusivas do mercado chinês. Embora ainda não tenha sido confirmada (a interrupção), o mercado já dá sinais desde meados de maio, junho, de que a China já sinaliza uma redução ou quem sabe uma paralisação das exportações de fertilizantes para proteger seu mercado interno. As altas nos preços que temos visto no Brasil, nos EUA, e no globo de uma forma geral, têm um reflexo direto na China também. É um cenário complicado para nitrogenados e fosfatados", explica Jeferson Souza, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Além das questões que são discutidas na China e pela China, há uma tempestade perfeita formada no mercado internacional de fertilizantes que passa ainda pela disparada contínua do gás natural - com um aumento de 550% nos últimos 12 meses na Europa, e o que pesa diretamene sobre os nitrogenados - a Índia voltando ao mercado para a compra de ureia, e mais o encarecimento do petróleo. 

No Oriente Médio, foram registrados negócios para a ureia a US$ 620,00 por tonelada FOB, o maior nível registrado desde 2008, um aumento de US$ 90/t em poucos dias. Em Paranaguá, a tonelada variava entre US$ 750,00 e US$ 760,00, contra algo pouco mais de US$ 550,00 há três semanas. 

Todo esse aumento substancial dos preços e que ocorre muito rapidamente já deteriora as relações de troca tanto para o milho safrinha 2022, como para a soja 2022/23. E no caso do cereal, a situação é ainda mais grave - com a relação na casa das 80 sacas por tonelada de ureia - já que o tempo para que o produtor brasileiro tome decisões é curto. Em abril, eram 40 sacas, tomando como referência Sorriso, em Mato Grosso. 

Safrinha 22 x Fertilizantes
Gráfico: Agrinvest Commodities

Além destes itens, os problemas com a oferta de cloreto de potássio, ou KCl, se intensificam com os conflitos entre Bielorrússia e União Europeia longe de terminar. E é a Bielorrússia que responde por cerca de 20% de toda a oferta deste fertilizante no quadro mundial. Diante disso, as relações de troca entre o KCl e a soja 22/23 estão em 32 sacas, contra 14 sacas em setembro do ano passado. 

"É o maior nível que já registramos na nossa série histórica", afirma Souza. "O momento de compra é bem complicado. Eu sempre me baseio na troca e olhando que está muito fora do intervalo histórico, produtor tem que olhar com muita atenção se está na hora de comprar ou não". 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Lourival Oliveira Batatais - SP

    Alguém, há muitos anos, já avisava que os países estavam cometendo um grande erro em "desmontar" seus parques fabris transferindo-os para a China...!!

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      O Brasil é dependente da maioria dos insumos agricolas, como falar em ser o celeiro do mundo? Dificil essa dependência. Acorda BR!!!!!

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    • Ruy Edson Kasdorf Palmeira (Paraná)

      É a China testando, blefando, ou não, para ver até onde realmente influencia o comércio e a economia mundial.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Especialmente para produtos estrategicos...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. GILBERTO ROSSETTO, as maiores jazidas em exploração no mundo, se encontram em outros continentes, o mesmo ocorre com as jazidas fosfatadas. Quanto ao nitrogênio, este não é um mineral, é um gás. Então esse nós podemos produzir aqui... Só falta construir as fabricas e ter disponível uma fonte de energia que o mundo usa para a produção dos fertilizantes nitrogenados, que é o gás natural. Quanto aos outros dois (potássio e fósforo) é só fazermos com a China... Montarmos "ESTOQUES ESTRATÉGICOS" ... Aí não ficaremos nas mãos de terceiros !!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Onde LÊ-SE: ... as maiores jazidas em exploração no mundo, se encontram em outros continentes ... ... LEIA-SE: ... as maiores jazidas de potássio, em exploração no mundo, se encontram em outros continentes ...

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