Boi: Pecuarista brasileiro ainda terá mais três anos de preços fortes. 2023 será novo ano de transição, analisa Scot Consultoria

Publicado em 30/12/2019 12:56
Alcides Torres - Analista de Mercado da Scot Consultoria
2020, 2021 e 2022 ainda serão anos 'compradores'. Para 2020, perspectivas apontam para margens equilibradas - de 3 a 8% para os principais elos da cadeia produtiva - patamares de preços ainda elevados, demanda pujante e exportações crescendo de 10 a 15%. Atenção aos custos de produção mais elevados, principalmente com os animais de reposição.

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Entrevista com Alcides Torres - Analista de Mercado da Scot Consultoria sobre o Mercado do Boi Gordo

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Os próximos três anos ainda deverão ser fortes para a pecuária brasileira de corte. Segundo análise de Alcides Torres, da Scot Consultoria, 2020, 2021 e 2022 ainda serão 'anos compradores' e 2023, assim como 2019, será um novo ano de transição para o setor. 

O piso para o preço para a arroba, no ano que vem, ainda deverá se manter na casa dos R$ 200,00, mantendo, inclusive as margens equilibradas para todos os elos da cadeia produtiva. A variação deverá permanecer entre 3% e 8%. 

"Os preços continuam fortes, deverão subir, mas as margens seguirão equilibradas", diz o analista em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Mais do que isso, Torres chama a atenção do pecuarista para custos de produção mais elevados - inclusive para os animais de reposição, os quais também sustentam uma consistente tendência de alta. "Esse será o ano do criador", diz. 

Além disso, orienta ainda o produtor a assegurar seus preços sempre que as oportunidades permitirem. 

"Como estamos entrando em um ciclo de preços bons, seria de se pensar que os pecuaristas fizessem operações como opções de venda ou seguro de preço tanto quanto em relação à altas excessivas, quanto à baixas excessivas, que também podem acontecer (...) Esses seguros todos devem já fazer parte do seu custo de produção para que ele não perca a oportunidade de ganho ou para que não perca ou pelo menos que não sofra grandes prejuízos", orienta. 

Na demanda, a expectativa de Torres e da Scot Consultoria é de que as exportações em 2020 cresçam na ordem de 10% a 15%, além de um consumo interno também se comportando de forma consistente. 

Mais do que isso, porém, ele reafirma ainda a necessidade que o Brasil tem de otimizar sua competitividade, ampliando e diversificando seus mercados. "E isso tem que vir muito mais da iniciativa privada, dependendo menos do estado, embora essa equipe do Ministério da Agricultura seja muito boa". 

Veja ainda:

>> Retrospectiva 2019: Com demanda chinesa, mercado do boi atinge patamares históricos de preços e exportação

>> Boi Scot Consultoria: Calmaria antes do Ano Novo

Boi Gordo: Preço da arroba cai 15% em dezembro informa o Ministério da Agricultura

São Paulo, 30/12 - O preço da arroba do boi gordo registrou queda média de 15% no mês de dezembro, segundo o Ministério da Agricultura. "Esse recuo interrompe a alta de 28,5% contabilizada ao longo dos últimos seis meses nos principais mercados do País", disse a pasta, em nota.

"Em Mato Grosso do Sul, o recuo foi de R$ 220 para R$ 190." A avaliação do diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento, Sílvio Farnese, é de que o cenário indica uma acomodação dos preços no atacado, com reflexos positivos no varejo no curto prazo. Para ele, o comportamento dos preços se deve à regulação do mercado, com melhor equilíbrio entre a oferta e a procura. 

--"Para o consumidor, a redução dos preços deverá ser sentida nas próximas semanas, com a renovação de estoques por parte dos supermercados. Na última semana, já foi observada queda no valor de cortes de traseiro, que têm cotações mais elevadas e mais sensíveis às variações de demanda. Um exemplo é a alcatra que teve a maior desvalorização, com 4,5% de queda no preço nos últimos sete dias", afirma a pasta na nota.

A tendência para os próximos meses, segundo Farnese, é de estabilização dos preços. "Não há margem para aumentos futuros", disse.

Asbia prevê venda de 18 milhões de doses de sêmen neste ano

São Paulo, 30/12 - A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) prevê ultrapassar 18 milhões de doses de sêmen comercializadas em 2019. O cálculo, do presidente da entidade, Márcio Nery Magalhães Júnior, considera "o crescimento significativo nas vendas registradas no decorrer do ano".

Até setembro, foram 11.450.505 doses, contra 9.701.282 no mesmo período de 2018.

Segundo Magalhães Júnior, a expectativa para 2020 é crescer mais. "Trabalhamos com a possibilidade de chegar acima dos 22 milhões de doses comercializadas, abrangendo as vendas diretas para clientes, exportações e prestações de serviço", disse ele em nota. Esse resultado representaria um crescimento de 22 a 24%.

"O criador realmente acordou para o impacto da genética dentro do negócio dele - não só no aumento da produtividade, mas também na redução dos custos na fazenda", avalia o executivo.

Para o presidente da Asbia, o incremento também reflete o aumento do uso da genética de corte em vacas de leite - a tecnologia beef on dairy - e a maior utilização da IATF (inseminação artificial em tempo fixo) em rebanhos leiteiros.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Sergio Sarti Magnani Araraquara - SP

    Parabéns pela entrevista, o conhecimento do Alcides é diferenciado...

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