PSA na China, fato ou boato? O que temos de informação até o momento e as consequências para o mercado do boi

Publicado em 21/03/2023 12:54 e atualizado em 21/03/2023 17:23
Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado
Enquanto a China não retoma as compras, arroba do boi vai se adequando à realidade de cada região pecuária

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PSA na China, fato ou boato? O que temos de informação até o momento e as consequências para o mercado do boi

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O mercado do boi no Brasil vem passando por algumas mudanças e diferenciações de preços entre as diversas regiões do país. De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista de mercado da Safras & Mercado, algumas praças apresentam preços mais acessíveis, enquanto outras oferecem preços mais elevados.

Recentemente, a região Centro-Norte do Brasil tem se destacado com preços altos da arroba do gado. Essa área foi bastante pressionada quando saiu a notícia do embargo, mas agora está se recuperando. Os estados de Mato Grosso, Tocantins, Pará e Rondônia conseguiram vislumbrar preços mais altos, assim como o Mato Grosso do Sul.

No entanto, a região de São Paulo continua com poucas novidades e preços pedidos entre 270 e 280 por arroba. Essa região é muito dependente das exportações de carne bovina, principalmente com destino à China. Iglesias destaca que a situação em São Paulo está travada e não consegue evoluir em termos de preço.

Essa diferenciação de preços pode ser explicada por diversos fatores, como a oferta e demanda em cada região, a qualidade da carne produzida, a infraestrutura disponível e até mesmo questões climáticas. Porém, o mercado do boi continua sendo um dos principais setores da economia brasileira, gerando empregos e movimentando a cadeia produtiva em diversas regiões do país.

Neste mês, a economia brasileira viu um aumento nos preços da carne devido à tradicional entrada dos salários na economia, que motivou a reposição entre atacado e varejo. Na primeira quinzena do mês, os preços da carne deram uma recuperada, mas na segunda quinzena houve uma desaceleração. Isso ocorreu porque a indústria frigorífica brasileira continuou operando com escalas de abate encurtadas, enquanto os pecuaristas do Centro Norte do país mantiveram uma boa capacidade de retenção, graças à qualidade das pastagens melhorada pelas chuvas que atrasaram a colheita da soja e o plantio do milho safrinha.

Segundo especialistas, essa capacidade de retenção dos pecuaristas deve se manter pelos próximos 30 a 40 dias, garantindo a firmeza dos preços no mercado brasileiro. No entanto, a participação maior de fêmeas nas escalas de abate pode mudar esse cenário nos próximos meses, já que estamos no momento de maior descarte de matrizes no mercado brasileiro. Isso pode ser um limitador para altas mais consistentes nos preços do boi.

No entanto, a retomada das compras de carne bovina brasileira pela China pode impulsionar o mercado. Os frigoríficos já estão com escalas bem curtas e terão que correr atrás de animais para preencher essas escalas e atender a demanda chinesa. A expectativa é que, no primeiro momento em que a China voltar a comprar a carne do Brasil, o mercado tenha um viés de alta bem contundente, tanto no mercado físico quanto no futuro. No entanto, até que a indústria e o setor se equilibrem novamente, o mercado poderá voltar a ter oscilações. Tudo depende do aval da China, que é a grande questão no momento.

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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