Semana difícil no mercado do boi gordo com cotações travadas no físico e contratos em queda livre na B3

Publicado em 06/07/2023 13:20 e atualizado em 06/07/2023 15:55
Geraldo Isoldi - Analista de Commodities da Levante Inside Corp
Para o segundo semestre as apostas se voltam para as demandas interna e externa incentivando nova rodada de alta para arroba do boi
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Semana difícil no mercado do boi gordo com cotações travadas no físico e contratos em queda livre na B3

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No atual cenário do mercado do boi gordo, as recentes quedas na Bolsa Brasileira têm chamado a atenção dos investidores. Geraldo Isoldi, Analista de Commodities da Levante Inside Corp, destaca a perda de números significativos e a volta dos preços para patamares inferiores da arroba do boi gordo. Mas afinal, o que está acontecendo e o que justifica esse movimento?

Ao final do mês de junho, foram registrados ganhos de aproximadamente R$ 20 para praticamente todos os vencimentos. O vencimento de junho encerrou a semana passada com uma queda de 8%. Já o primeiro vencimento de julho apresentou altas nas duas primeiras sessões, porém, desde a sessão de ontem, foram registradas perdas significativas, com uma queda de cerca de R$ 6. Essa queda se estendeu hoje, com uma perda entre quatro e cinco reais, dependendo do vencimento, especialmente para o vencimento de outubro.

Considerando somente esta semana, houve uma queda de quase R$ 11 em relação aos ganhos obtidos no mês passado para o vencimento de outubro, que atingiu R$ 21. “Vale ressaltar que estamos no início do mês de julho, o que significa que há muito caminho pela frente. Esse movimento não é algo novo, já ocorreu anteriormente. Em programas anteriores, foi mencionado que o boi gordo estava próximo de R$ 262, mas não conseguiu se sustentar em preços muito acima de R$ 263 ou R$ 264”, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

O analista ainda reporta que a oferta do boi ainda existe, embora esteja entrando em alguns pontos de preço mais específicos. É possível observar isso pelas escalas de negociação. Na semana passada, a média das escalas era de quase 10 dias úteis. No entanto, ontem, essa média caiu para 7.3 dias úteis. “Isso indica uma escala mais baixa, o que pode contribuir para a sustentação dos preços”, relatou Isoldi.
“Ainda é cedo para afirmar se esse movimento é apenas uma realização de lucros temporária ou se há outros fatores influenciando a queda. Será necessário observar a evolução do mercado nos próximos dias e semanas para ter uma visão mais clara das tendências”, apontou Isoldi. 

O mercado do boi gordo continua apresentando movimentações significativas, com o indicador da ESALQ registrando uma queda acentuada ontem, no mês de julho. A queda foi de quase 10 reais, fechando em 244,70, enquanto o preço no mercado privado da arroba no Brasil estava em 251,90. No mercado físico, já é possível observar preços em torno de 255, especialmente em São Paulo. 

“Nesse contexto, é importante considerar que o mercado futuro possui variáveis que não se aplicam ao mercado físico. Enquanto o mercado físico está sujeito a fatores emocionais e comportamentais, o mercado futuro é influenciado por aspectos distintos. Muitos investidores realizam lucros quando o mercado cai, enquanto outros ajustam suas posições. Essas dinâmicas podem gerar uma volatilidade maior no mercado futuro em comparação ao mercado físico”, comentou em entrevista.
As exportações de carne bovina para a China têm mostrado um crescimento notável, especialmente em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao analisar o mercado externo e a retomada da demanda chinesa, verifica-se um aumento significativo no volume de carne comprada em junho.

Em junho do ano passado, foram exportadas 152 mil toneladas de carne bovina, enquanto neste ano, o volume quase atingiu 193 mil toneladas. Estamos nos aproximando da marca de 200 mil toneladas por mês. Ao considerar a média diária, podemos observar um aumento ainda mais expressivo. Em junho deste ano, foram negociadas em média 9.2 mil toneladas por dia, em comparação com as 7.3 mil toneladas do mesmo período do ano anterior. Isso representa um aumento de 26% na média diária de exportações.

“Tradicionalmente a demanda chinesa se fortalece no segundo semestre. Esse período é marcado pela preparação da China para o feriado do Ano Novo Chinês, considerado a data mais importante do ano para eles. Durante essa semana de feriado, que ocorre próximo ao nosso carnaval, os chineses começam a compor seus estoques para o período”, comentou o Isoldi. 

A perspectiva para o segundo semestre é de uma demanda chinesa ainda mais robusta, com a China se abastecendo para suprir suas necessidades durante o feriado do Ano Novo Chinês. Essa tendência é esperada e impulsiona os produtores e exportadores brasileiros a aumentar a produção e garantir o fornecimento necessário para atender a essa demanda.
 

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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