Pandemia fez consumo de feijão crescer no Brasil e motivou discussões sobre a profissionalização da cadeia produtiva

Publicado em 29/12/2020 08:58 e atualizado em 29/12/2020 09:36
Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE
Temas como certificação, rastreabilidade, diversificação e contratos para exportação devem ganhar mais peso em 2021

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Pandemia fez consumo de feijão crescer no Brasil e motivou discussões sobre a profissionalização da cadeia produtiva

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O consumo de feijão no Brasil aumentou 10% durante o ano de 2020 e manteve o mercado positivo para os produtores em meio à menos oferta disponível e aos reflexos da pandemia do novo Coronavírus, que modificou a dinâmica do consumo internacional.

Segundo o presidente do Ibrafe (instituto Brasileiro do Feijão e Pulses, Marcelo Eduardo Luders, este momento de isolamento social estimulou as pessoas a consumirem mais produtos naturais em detrimento aos industrializados e fast foods.

“Na hora de se recolher as pessoas lembraram que o feijão é extremamente protéico, barato e passível de ser armazenado, seja em lata ou em grão. As pessoas estão entendendo que para ter saúde é preciso voltar a consumir produtos mais naturais”, pontua.

Outro fator positivo em 2020 foram as exportações brasileiras do feijão. A liderança destaca que até o país já ultrapassou, pela primeira vez na história, a marca dos US$ 133 milhões arrecadados com exportações e deve encerrar o ano superando os US$ 140 milhões e se aproximando dos 150 milhões de dólares.

Essa elevação de volumes embarcados foi ajudada pelo aumento da diversificação da produção brasileira, o que também contribuiu com o consumo interno neste ano que registrou aumento de preços para os consumidores finais. Entre essas variedades, estão o mungo, azuki, rajado, vermelho e o caupi.

“Se você tem um aumento de renda e o feijão segue a R$ 3,00 você não tem um aumento do consumo , assim como o inverso não diminui o consumo, o preço dobra, triplica, mas as pessoas continuam consumindo o feijão porque não tem substituto para feijão a não ser o próprio feijão. Se não tem o carioca troca-se para o preto, se o preto está caro sai o caupi”, explica Luders.

Apesar deste cenário positivo, a animação não foi traduzida pelos produtores na hora de semear as safras. O presidente do Ibrafe relata que a área cultivada com feijão carioca na primeira safra foi 43% menor do que a de 2015, mesmo com preço médio de R$ 270,00 no ano.

Na visão de Luders, estamos oferecendo menos feijão do que a população está querendo. “Na década de 70 o consumo per capita no Brasil era de 21 quilos e depois baixou para 17. Neste ano foram oferecidos 14 quilos per capita. Então o aumento do consumo per capita poderia acontecer se houvesse mais oferta de feijão no mercado brasileiro”, afirma.

Pensando em 2021, a perspectiva é que essa diversificação de cultivos siga crescendo como o grão de bico, por exemplo, que registrou 330 toneladas exportadas em 2020 saindo de 0 há alguns anos. Outro ponto de destaque para o próximo ano será a certificação e a rastreabilidade dos grãos.

“A rastreabiliadde vai ser um legado iniciado de 2020 e vamos avançar na segurança alimentar. O feijão já tem um componente de sustentabilidade muito grande, a capacidade de converter recursos naturais em proteína e esses aspectos tem que chegar no consumidor”, projeta Luders.

Confira a entrevista completa como o presidente do Ibrafe no vídeo.

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Por:
Aleksander Horta e Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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