Mercado de frango no Brasil não consegue evoluir nos preços devido ao excesso de oferta, apesar de demanda "saudável", diz analista
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Mercado de frango no Brasil não consegue evoluir nos preços devido ao excesso de oferta, apesar de demanda "saudável", diz analista
Há semanas as cotações do mercado do frango patinam no mercado interno, permanecendo na estabilidade por dias ou registando pequenas variações, mas sem evoluir, de fato, nos valores. Segundo o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, existe uma demanda "saudável" no país, mas um excesso de oferta provocado, em grande parte, pelo alojamento de 600 milhões de pintinhos de corte no país em agosto, cujo produto terminado passou a entrar no mercado ainda em outubro.
"Os produtores já perceberam esse movimento, tanto que o alojamento em setembro já deve vir com números menores", explicou.
Para além disso, há o arrefecimento das exportações, que começou a ser observado pelos números divulgados semanalmente pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal desde outubro. Apesar dessa redução no ritmo, os embarques de carne de frango brasileiros devem encerrar 2022 com volume recorde, segundo Iglesias, na casa das 4,7 ou 4,8 milhões de toneladas, representando praticamente um terço do total de carne de frango exportada no mundo.
"O que acontece é que houve uma oportunidade grande (e que foi aproveitada pelo Brasil) da crise com a influenza aviária no hemisfério Norte, e isso ajudou a impulsionar os embarques. Apesar de o Brasil e os Estados Unidos liderarem as exportações mundiais de frango, há outros países que vêm crescendo neste setor, como a Ucrânia, por exemplo", afirma.
Iglesias detalha que a Ucrânia, em função da guerra com a Rússia desde fevereiro, havia ficado fora deste mercado e acumulou estoques. Agora, o país volta a conseguir escoar parte de seu produto por via rodoviária para outros países da Europa em tempo mais curto do que exportações marítimas.
Ainda sobre a gripe aviária, o problema têm sido detectado em países da América do Sul, como Colômbia, Peru e Equador, mas ainda distante, de certa maneira, do Brasil, como explica o analista. Ele acredita que a doença não deva afetar o Brasil, e se algum caso for detectado, é mais provável que seja em aves migratórias, e que não deva chegar em granjas comerciais.
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