Apesar da queda nos preços internacionais, trigo no mercado interno garante renda ao produtor mas tem alta limitada pela demanda fraca

Publicado em 04/09/2015 13:54
Apesar da queda nos preços internacionais, trigo no mercado interno garante renda ao produtor mas tem alta limitada pela demanda fraca

Pressionados por ampla oferta e fraca demanda para as exportações dos EUA, os futuros do trigo na bolsa de Chicago (CBOT) cairam para mínima de cinco anos na quinta-feira (03). E nesta sexta os contratos futuros operam com leve recuperação no pregão.

Segundo Marcelo De Baco, correto da De Baco corretora de mercadorias, essa pressão sobre os preços é observado a alguns meses por conta da grande oferta mundial, capaz "de abastecer praticamente três meses todo o mundo", ressalta o corretor.

Para ele durante as próximas duas safras as chances de recuperação de preços são pequenas, haja vista que além do amplo estoque mundial, ainda há uma grande produção do grão em todo o mundo que deve inundar o mercado.

Aliado a esse fator, a demanda de muitos países tem sido reprimida pela crise mundial e, esse preço menor no mercado internacional deve ser um grande concorrente do produto interno. "Hoje o preço em reais é compensado pelo dólar, e nos podemos encontrar um equilíbrio acima dos R$ 600,00/t, levando em considera também a qualidade do produto brasileiro" avalia De Baco.

A chegada da oferta nacional no mercado possivelmente também pressionará os preços, e com o alto custo de armazenagem do grão, o corretor considera que pode não vantajoso ficar com o trigo, haja vista que o único país com oferta nova do produto neste período é o Brasil.

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • cleber tomeleri cambé - PR

    Aproveitando as sábias colocações do nosso companheiro Angelo Miquelão Filho, faço as mesmas considerações ---, e acredito que Sr. consultor Marcelo de Baco deveria esclarecer seu posicionamento, uma vez que não considerou o custo do trigo importado (e seus comentários claramente indicam que os produtores deveriam vender seu trigo já colhido)..., seria interessante se o Sr. consultor considerasse as informações do custo do trigo importado, sabiamente colocado por nos amigo produtor, e o condicionasse à sua análise... e então veremos se continua a mesma...

    Vale ressaltar que sabemos que o trigo nacional não atende à nossa demanda interna e que, em um momento ou outro, o trigo importado virá, e a simples paridade já deveria estar elevando os preços internos..., e digo mais: todos sabemos que muitos produtores utilizam as informações deste conceituado site para as tomadas de suas decisões, então as pessoas que fazem parte de todo este ciclo, devem ter responsabilidade e isenção em seus comentários e análises -- devendo, a meu ver, considerar todas as circunstâncias para formalizar suas opiniões.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Cleber o Sr. pensou na possibilidade das indústrias receberem financiamento para importar esse trigo? Com um detalhe "irrelevante" a uma taxa de juros de PAI PARA FILHO"!!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      É Sr. Cleber ...TEM "MUITO" CAROÇO NESSE ANGU !!!

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    • AMERICO S. MAEOKA Londrina - PR

      Excelente comentário Cleder, assim como o do sr. Miquelão. Não sabemos ao certo o que há por trás de algumas coisas que saem na mídia.

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  • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR

    Não sei onde tiraram a ideia de que atuais preços do trigo remuneram os produtores... Ontem eu conversei com responsável pela área de compra e venda de grãos de uma grande empresa, e perguntei a ele se os preços hoje praticados no balcão, em torno dos R$ 33,50, refletem a realidade ou são uma pegadinha para com os triticultores. Segundo esta pessoa, no patamar em que está o câmbio, o trigo de fora chega aqui valendo aproximadamente R$ 1.0000,00 (um mil reais a tonelada), enquanto que, para nós, ele está na ordem de R$ 558,00 (quinhentos e cinquenta e oito reais) a tonelada, ou seja, aliada à baixa produtividade (resultado do excesso de chuvas e depois ampliado os prejuízos com uma estiagem que prejudicou as lavouras mais tardias que se encontravam em pleno enchimento de grãos), contabiliza-se assim uma enorme redução de produção.

    Fazendo as contas e considerando os custos de produção, o dito preço remunerador é mentiroso ou uma combinação de interesses e interessados em manter os preços achatados, favorecendo alguns poucos! Façamos a s contas; o frete para os centros onde estão instalados os moinhos, está na ordem de mais ou menos R$ 100,00 (cem reais a tonelada), então o trigo chega lá custando R$ 658,00 reais por tonelada, certo?

    Pois bem, se o importado custa R$ 1.000,00 e tira-se os R$ 558,00 + 100,00 de frete pagos ao caminhoneiro, tem-se uma diferença de R$: 342,00 reais por tonelada! Ou seja, estão nos ludibriando, pior, estão nos passando a perna mais uma vez!

    Considerando as contas, hoje teríamos no balcão preços muito acima dos quarenta reais a saca, mas estamos obrigados a vender abaixo dos trinta e três e cinquenta, até porque a contas vencem no próximo dia trinta. Por favor, alguém me explique, pois não entendo as regras ou não sei fazer conta!

    Fechando a conta, estamos colhendo aqui no norte do Paraná algo em torno de dois mil e trezentos quilos de trigo por hectare, ou seja; uns 90 ou 100 sacas por alqueire, e vem uma pessoa dizer que estes preços remuneram o produtor? Está brincando né? Somos da roça, mas não somos burros! Ou talvez sejamos...

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Triticultor é um dos agricultores mais sofridos do país. As vezes fico pensando se não seria melhor sermos completamente ignorantes neste assuntos de mercado e vivermos mais conformados, culpando o clima. Quando sabemos destes cambalachos a revolta é muito grande.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Angelo, no dia 27 de Agosto circulou a noticia que a Bunge comprou o moinho Pacifico Sul, localizado na cidade de Santos-SP, uma das principais empresas de processamento do País. Segundo a fonte, o Estado de São Paulo demanda 28% do consumo do país, com essa aquisição a Bunge vai dominar o maior mercado consumidor do Brasil.

      A Bunge já conta com outros sete moinhos de trigo em Suape (PE), Brasília (DF), Santa Luzia (MG), Rio de Janeiro (RJ), Tatuí (SP), Santos (SP) e Ponta Grossa (PR).

      Diante dessa relação que mostra onde estão instalados os moinhos no Brasil, deve-se perguntar por que existem moinhos na cidade de Santos, Suape, Rio de Janeiro;

      Será que é para exportar a farinha de trigo?

      Não se preocupe, o Sr. vai escutar de alguma "alma boa" do setor da assistência técnica que: O SENHOR VAI FICAR COM A PALHADA !!!

      NÃO É ESSE O DISCURSO ???

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Angelo, as contas estão corretas. Vou tentar lhe ajudar através da teoria, ou seja no campo das suposições. Vamos supor que os importadores tenham comprado trigo à 100 dólares no inicio do ano, para receber esse trigo agora em setembro. Com o câmbio do inicio do ano ele pagaria 260 reais a tonelada, com o câmbio de hoje vai pagar 380. Agora outro exercicio, do inicio do ano até agora o trigo caiu 10% e a desvalorização cambial foi de 45%. O câmbio fez aumentar os preços do trigo importado em 35% no mercado interno, enquanto que no mercado externo diminuiu 10%, de 1 de janeiro até agora. Sr. Angelo, minha intenção não é lhe explicar nada, somente lhe fornecer alguns dados que podem ajudar a entender a situação um pouco melhor. Faço uma pergunta, o brasileiro, lascado, com aumentos de combustivel, energia eletrica, alimentos, tem condições de absorver um aumento de 35%? Com a renda estagnada? Os salários não subiram na mesma proporção dos alimentos. Mas então o que vai acontecer? Ora, os preços das mercadorias não podem ser reajustados no mercado interno com base no dólar com a mesma rapidez com que ocorre o reajuste de mercadorias importadas. Infelizmente o governo tem esse poder de manipulação de preços através da moeda, por isso defendo a estabilidade e não essa politica deliberada, e errada, de que basta desvalorizar a moeda para que o Brasil fique "competitivo". Não é verdade. Se o governo insistir nessa politica os preços internos irão subir, mas será devido à inflação e isso fará com que a insegurança aumente. O produtor rural entrará em uma "roleta russa". Qual o fator principal dessa insegurança? O de comprar insumos com o dólar a 4 reais para plantar, o governo mudar a politica e passar a valorizar o real para conter a inflação e na safra do ano que vem, vender seu produto com o dólar valendo 3 ou menos.

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    • André Borsa Boa Esperança do iguaçu - PR

      O meu

      custo de produção esta R$ 4500.00 por alqueire pra cobrir meus custos nesses patamares de preços preciso colher em media 150 sc por alquere pra empatar.Só nos resta resar pra São pedro pra empatar nessa safra depois de uma safra 14/14 de presuisos.

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Para entregar uma carga de trigo e uma missão quase impossível,vai em uma empresa não da PH, vai em outra ate que da PH, mais te come na umidade ainda tem que torce para ele não sai de mercado ate o final da colheita ......

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Leandro, acho que o Sr. deve seguir o seguinte conselho: Nos anos de EL NIÑO não deve-se plantar trigo, pois o excesso das chuvas "estragam" o grão e, nos anos de LA NIÑA a falta de chuva não deixa a cultura produzir à contento. Logo, deve-se procurar "algum" ano em outro país para produzir trigo. Ah! Na Ucrânia é um bom lugar, mas tem que pedir permissão par o Putin.

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