Produção de arroz deve reduzir 1,2 milhão toneladas no RS, o equivalente a produção de um país como a Argentina.

Publicado em 11/01/2016 11:38
Além de áreas de arroz perdidas nas enchentes, entidades contabilizam perdas na rentabilidade com menor luminosidade e perda de nutrientes com lixiviação

A influência do fenômeno meteorológico El Niño no período de semeadura e no desenvolvimento da safra 2015/16 de arroz, deve causar uma redução de aproximadamente 1,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do país.

De acordo com a primeira estimativa Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) aproximadamente 33 mil hectares (3%) tiveram perda total, e outros 101.065 hectares restantes ainda estão sob avaliação na medida em que reduzem os alagamentos. Nestas áreas, é possível que ocorra redução entre 20% e 60% na produtividade, já que lixiviação levou boa parte dos nutrientes da terra.

“A perspectiva é que a média das lavouras passe de  7,5 mil quilos por hectare - o rendimento do ano passado - para 7,1 mil kg/ha. Isso somado a área que não será colhida, nós teremos uma quebra de safra superior a 1,2 milhões de toneladas", destaca o presidente.

A região mais atingida pelas enchentes foi a Depressão Central, em que 74.197 hectares dos 142.991 hectares plantados foram atingidos em 1.145 lavouras, o que equivale a 51,9% da área. A estimativa de perda nesta região é de 10% da área ou 14.288 hectares.

Essa quebra é equivalente a produção de países como a Argentina, por isso tudo indica que os preços serão firmes para o arroz em casca esse ano no Estado, e que a produção não deve ser maior do que 7,4 milhões de toneladas. Segundo Dornelles essa é o menor rendimento em cinco anos.

"Nós acreditamos que agora na próxima semana os negócios comecem a se intensificar, com uma leitura melhor sobre oferta e demanda do próximo ano", ressalta. A safra 2015/16 deve registrar oferta ajustada em todo o Mercosul. Vale lembrar que somente de exportações o Brasil já exportou 1,2 milhão de toneladas e ainda restam mais dois meses para o fim do ano comercial.

O preço praticado hoje gira em torno dos R$ 41,00 sacas, e apesar de parecer atrativos, não tem sido remuneradores em uma temporada marcada por elevados custos de produção e quebra de safra. "Para se ter uma margem mínima o produtor precisa começar a vender acima dos R$ 45,00/sc", considera Dornelles.

Para evitar a descapitalização do setor, as entidades responsáveis estão em conversa com o Governo Federal para conseguir a renegociação da divida dos produtores afetados, aplicação de recursos para apoio a negociação, e a garantia de capital no pré-custeio.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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