Moinhos abastecidos deixam mercado sem força de demanda e tendência é que pressão negativa sobre as cotações siga até março

Publicado em 20/01/2016 11:51
Quem deixou para negociar trigo nesse início de ano, esperando mercado mais aquecido, perdeu dinheiro

A expectativa de que a demanda por trigo estivesse aquecida neste inicio de ano não se confirmou e os preços no mercado interno voltaram a ficar pressionados. O clima foi bastante desfavorável ao trigo no Brasil em 2015, e as apostas eram de que a baixa oferta balizasse as cotações.

Segundo corretor de mercado da De Baco Corretora de Mercadorias, Marcelo De Baco, "com o susto da qualidade e as chuva que não paravam no sul do país, os moinhos precisavam garantir o abastecimento, e encontrando lotes eles foram comprando, chegando até a adiantar parte da demanda de 2016", explica.

Com isso, os preços que tinham projeções de chegar a R$ 680,00/t para o grão de melhor qualidade, atualmente trabalham na casa dos R$ 630,00 a tonelada. Além disso, a demanda pela farinha também está abaixo do esperado pelo mercado para esse início de ano, e os moinhos acabaram com grandes estoques.

"Nós tínhamos também um mercado de ração para exportação correndo muito forte, que chegou a pagar posto Rio Grande R$ 640,00/t, mas hoje esse mesmo mercado não consegue ultrapassar R$ 590,00/t, então também neste trigo onde havia maior liquidez da mesma forma ocorreu depreciação no preço", acrescenta De Baco.

Para De Baco a pressão sobre os preços deve continuar até março, considerando um menor consumo até o final de fevereiro. Após esse período é esperado uma retomada da demanda para panificação, especialmente porque a população deve voltar a rotina das cidades. No entanto, "percebemos que existe uma limitante para alta de preços principalmente por conta do Paraguai, Uruguai e Argentina. Observando os três o trigo nacional ainda é mais barato, mas só pelo fator qualidade, porque se não tivéssemos a quebra estaríamos sofrendo com excesso de oferta"

De acordo com ultimo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) o estoque mundial está avaliado em 227 milhões de toneladas, o que representa quase cinco meses de consumo em todo o mundo.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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