Cotação da mandioca recua pela sexta semana consecutiva e produtor trabalha no vermelho com preços bem abaixo do custo de produção

Preço da mandioca cai pela sexta semana consecutiva e os produtores além de trabalharem com preços abaixo do custo de produção, estão sem medidas provisórias para solucionar o problema no setor. Queda comparada com o mesmo período do ano passado, já chega a 37%.
 

Para Fábio Isaías Felipe, pesquisador do CEPEA, (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), além da pressão muito forte de oferta, a aproximação do período de safra que acontece em junho, faz com que o mercado não reaja. Preços seguem ao redor de R$ 160,77 e os custos de produção, ultrapassam os R$ 200,00.
 

“A oferta segue bastante expressiva, maior a cada semana e isso de fato gera pressão sobre os preços. Importante lembrar que isso vem acontecendo em um momento em que a demanda de derivados está mais fria. Como o caso da fécula da mandioca, aonde o estoque vem aumento semana após semana”, conta Isaías.
 

Diante desse cenário, o produtor não consegue adiar a colheita, nem segurar a mandioca para vender em um momento mais oportuno. O produtor quer se ver livre das áreas arrendadas. “Muitos tem buscado vender em regiões mais distantes, negócios novos, ainda que ocorram prejuízos. O setor tem buscado algumas soluções, mas nada aparentemente que desse retorno”, revela.
 

Da mesma forma, considerando a disponibilidade de mandioca, bem como o período de picos de safra, entre meados de julho e agosto, a tendência é de mais pressão nos preços.
 

“O consumo até mesmo dos derivados da mandioca, como a farinha, não demonstram nenhuma melhora na indústria. Não temos um cenário favorável”, conta. 
 

Enquanto isso, a expectativa é que a AGF (Aquisição do Governo Federal) que está programada para a cadeia da mandioca, amenize essa situação, “porém, não resolveria totalmente o problema, mas ajudaria”, desabafa.