CNA apoia movimento e alerta Governo para a situação caótica que paralisa a produção agrícola do País

Publicado em 23/05/2018 18:24
Natália Fernandes - Superintendente Técnica Adjunta da CNA
Mais da metade da produção agrícola já foi severamente atingida com a paralisação. Confederação da Agricultura e Pecuária defende a redução das alíquotas dos impostos sobre os combustíveis e alerta para a situação caótica que atinge o abastecimento da população. Entrevista com Natália Fernandes - Superintendente Técnica Adjunta da CNA sobre a greve dos caminhoneiros

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Entrevista com Natália Fernandes - Superintendente Técnica Adjunta da CNA sobre a greve dos caminhoneiros

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A greve nacional dos caminhoneiros atinge duramente a produção agrícola do País, com a paralisação praticamete de todos os setores da cadeia agropecuária. O fornecimento de alimentos à população corre sério riscos desabastecimento caso o movimento não se encerre rapidamente. Também as exportações podem ser paralisadas, com a greve atingindo os portos brasileiros. 

De acordo com a CNA (Confederação Nacional da Agropecuária) o governo federal está demorando para agir, embora tenha condições de atender às reivindicações dos transportadores -- que seria a redução das aliquotas que incidem sobre os preços dos combustíveis. De acordo com  Natália Fernandes, Superintendente Técnica da entidade, somente no PIS/Cofins (tributos federais) houve aumento de 111% no valor cobrado sobre os combustíveis num espaço de 1 ano.

No caso da exportação a superintendente da CNA aponta o que ocorre no porto de Paranaguá, o maior do País em exportação de grãos, onde cerca de 2 mil caminhões estão parados, sem descarregar. "A situação na área da produção agrícola brasileira é caótica", diz Natália Fernandes. 

A CNA mantém uma cental de informações de acompanhamento da greve dos caminhoneiros, e, ao mesmo tempo em que se solidariza com o movimento, alerta aos produtores para se precaverem com o desabastecimento em suas propriedades que serão atingidas inevitavelmente se o movimento perdurar pelas próximas horas.

(Confira na entrevista acima).

Custo para escoar safra de MT a Santos sobe até R$ 9/tonelada neste ano, diz Esalq/USP

SÃO PAULO (Reuters) - O setor agrícola do Brasil é um dos mais atingidos pela escalada nos preços do diesel que provocou uma greve nacional dos caminhoneiros, de acordo com análise da escola de agronegócios da Universidade de São Paulo (USP), divulgado nesta quarta-feira.

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) disse que os agricultores estão pagando até 9,05 reais a mais, ante 2017, por tonelada para mover os grãos das plantações no Estado do Mato Grosso para Santos, onde fica o maior porto da América Latina.

O Brasil é um importante fornecedor de grãos, carne bovina, café e açúcar, que em maior parte chega aos portos por rodovias.

O estudo da Esalq estima que o custo para mover bens agrícolas no Brasil estava em torno de 120 bilhões de reais no ano passado, com o transporte correspondendo a 87,5 por cento do valor.

A escalada do diesel é um tremendo golpe para o setor quando o volume dos produtos é considerado, escreveu a Esalq. Por exemplo, o Brasil deve vender cerca de 73 milhões de toneladas de soja em mercados de exportação nesta temporada, de acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O lobby de transporte CNT, que estima que 60 por certo da carga brasileira é transportada por caminhões, pediu uma revisão da política de preços da petroleira estatal Petrobras.

"O diesel do Brasil é mais caro do que em países em estágios similares de desenvolvimento, como a Rússia e o México", disse a CNT nesta quarta-feira em declaração, acrescentando que os preços locais estão em média quase 15 por cento mais altos que nos EUA.

Os preços do diesel nas bombas subiram entre 13 e 15 por cento nos importantes Estados agrícolas e industriais de Mato Grosso, São Paulo e Paraná entre janeiro de 2017 e maio de 2018, disse a Esalq em seu estudo.

O governo federal e um grupo representando os caminhoreiros se encontraram para conversar durante a tarde nesta quarta-feira, mas não conseguiram fazer qualquer progresso sobre terminar os protestos em todo o país.

O impasse continuou apesar de a Petrobras ter baixado os preços do diesel nesta quarta-feira pela segunda vez nesta semana.

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Fonte:
NA

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