Milho: Com avanço da colheita e impasse sobre o frete, safrinha pode ficar a céu aberto em Nova Mutum (MT)
Em meio ao avanço da colheita do milho safrinha, os produtores rurais de Nova Mutum (MT) estão preocupados com a estocagem do produto, que pode ficar a céu aberto nesta safra. Até o momento, cerca de 30% da área cultivada foi colhida e a produtividade está bem próxima da observada no ciclo anterior, perto de 107 sacas do grão por hectare. No estado, a área colhida chega a 21,28%, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
O presidente do Sindicato Rural, Emerson Zancanaro, reforça há um déficit de armazenagem na região, porém, o gargalo foi agravado nesta temporada com o impasse do tabelamento dos fretes. "Ficou inviável escoar o nosso produto. Para levar o milho para Santa Catarina, por exemplo, temos um frete de R$ 21,60 por saca e mais o valor da saca, entre R$ 18,00 a R$ 19,00, o que resultaria em um valor aproximado acima de R$ 39,00. Hoje, o frete consome metade do preço do nosso milho", explica a liderança.
Já prevendo esse cenário, muitos produtores da região investiram em silos-bolsa nesta safra, mas que não serão suficientes para a armazenagem de todo o milho. Além disso, muitos armazéns ainda possuem soja, já negociada, que precisa ser escoada. Sem o acerto dos valores dos fretes, muitas empresas ainda não retiraram a oleaginosa dos silos.
"Estamos conseguindo escoar para o mercado interno, com negócios balizados pela nova tabela da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Entretanto, temos um grande prejuízo no mercado externo, já que os fretes inviabilizam o escoamento dos produtos até os portos", afirma Zancanaro.
Além desse cenário, os produtores estão atentos ao atraso na entrega dos fertilizantes, da safra 2018/19. "Inclusive, poderemos ter um problema de produtividade na próxima temporada, caso esse produto não chegue a tempo. O plantio da nova safra começa no final de setembro e início de outubro em Nova Mutum", reforça o presidente.