Isenção de PIS/Cofins não deve elevar volumes de milho importado no Brasil

Publicado em 23/09/2021 18:10 e atualizado em 24/09/2021 08:41
Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora
Especialista pontua que milho nacional está abaixo da paridade de importação e deve seguir com pressão de baixa devido à queda das exportações

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Entrevista com Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora sobre o Impacto do Pis/Cofins no setor

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Foi publicada pelo Governo Federal nesta quinta-feira (23) a Medida Provisória (MP) que isenta a taxação de PIS e Cofins para importação de milho, alternativa que deve beneficiar principalmente os produtores de proteína animal que atuam fora do sistema de drawback, segundo o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael. 

Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a medida foi proposta pela responsável pela Pasta, Tereza Cristina como forma de desonerar o custo de aquisição externa com foco no aumento da oferta interna buscando reduzir a pressão de preços e os custos dos criadores de animais, já que o grão é importante insumo na alimentação de bovinos, suínos e aves. 

A MP, que passa a valer a partir de 1º de outubro termina em 31 de dezembro, mas conforme explica Rafael, pode ser postergada caso haja necessidade.

"Como os preços do milho no mercado interno vêm cedendo por uma série de fatores e já está abaixo da paridade de importação, no momento, mesmo com essa medida, não devemos ver grandes volumes do cereal importado entrando no Brasil", disse.

Para o produtor de proteína animal que pleiteou esta, entre outras medidas de amparo para a aquisição de milho, e que vêm pressionados pelos custos de produção, a isenção dos tributos deve reduzir em 9,25% no custo de importação ou R$ 9 por saca.

"Atualmente, o milho chega aos portos custando cerca de R$ 102,00 a saca, e com a isenção da taxação, deve chegar a R$ 92,00/R$ 93,00. Entretanto, a vantagem deve ser maior para aqueles estados mais perto dos portos, como os do Sul do país, Espírito Santo e do Norteste", acrescenta.

Pelo lado do produtor de milho brasileiro, o analista destaca que é preciso acompanhar de perto as flutuações do mercado para determinar os melhores momentos de negociação, uma vez que, apesar da pressão de baixa estar instalada nas cotações, os preços de venda seguem sendo positivos aos agricultores.

Rafael destaca que, além do aumento das importações que estamos presenciando neste ano, as exportações estão diminuindo semanalmente, deixando mais volumes do cereal disponíveis para o mercado interno.

Para se ter uma ideia, as exportações que no começo do ano era estimadas em 35 milhões de toneladas, agora já são esperadas entre 15 e 19 milhões de toneladas, podendo ser até menores do que isso, já que não há novos negócios acontecendo.

Caso as exportações brasileiras terminem 2021 abaixo das 19 milhões de toneladas, Rafael acredita que os estoques do cereal vão começar a nova safra mais altos, o que somado a perspectiva de aumento de 15% na produção da safra verão 21/22 pode aumentar ainda mais a oferta nacional e pressionar as cotações no primeiro semestre de 2022.

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Por:
Letícia Guimarães e Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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