Brasil enfrenta necessidade urgente de mudanças e, ao mesmo tempo, desafios frente às mudanças globais

Publicado em 17/03/2015 10:44
Setor produtivo faz balanço dos protestos do último domingo, 15 de março, contra o governo Dilma e traz os efeitos da atual cena política para o agronegócio. Brasil tem, ao mesmo tempo, uma necessidade urgente de mudanças e desafios para atender a um aumento de 70% na demanda mundial por alimentos, só no agronegócio.
Almir Rebelo, Presidente do Clube Amigos da Terra de Tupaciretão (RS), participou de momentos importantes na história do Brasil, como o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo em 1992 e estar à frente da luta pela regulamentação dos transgênicos no país. E no último domingo (15) também foi as ruas reivindicar melhorias no governo atual.
 
Segundo ele, o Brasil tem potencial para atender o aumento mundial de 70% na demanda de alimentos – em especial com aplicação da biotecnologia -, contudo "existe um projeto de poder no Brasil e não um projeto de governo", que prejudica o desenvolvimento do país.
 
“Mas nós estamos acompanhando um momento muito importante para o país e estamos esperançosos”, declarou.
 
No entanto, para que ocorra o impeachment é preciso, afirma Rebelo de três acontecimentos, sendo eles: a prova concreta de alguma irregularidade do governo – que pelos fatos expostos nas operações possivelmente ocorreu; um consenso político no Congresso Nacional; e o desejo da população. 
 
“O consenso será difícil, porque os partidos PT, PMDB e PP estão envolvidos, e irão se proteger disso. Só que o consenso política é 'igualmente proporcional' ao tamanho do clamor popular”, ressalta.
 
Para ele, as denúncias e pessoas envolvidas na Operação Lava Jato e no Petrolão causaram impactos significativos no congresso, com reflexos diretos na economia, prejudicando o setor produtivo.
 
“A balança comercial brasileira está sendo sustentada pelo agronegócio, e agora era o momento para as entidades ligadas aos produtores rurais, estar liderando a nível nacional, exigindo que a Ministra Kátia Abreu tome atitudes para dar um rumo nessas discussões",  considerou Almir.

 

Contudo, apesar da importância econômica do setor produtivo, o Ministério da Agricultura e as Entidades parecem estar alheios e submissos aos acontecimentos. "Nós estamos exigindo que o governo seja desenvolvido e organizado, enquanto não temos eficiência nos nossos sindicatos, nas federações estaduais, na confederação nacional, que não conseguem dialogar", afirma Rebelo.

 

Ainda, ressalta o problema com o sistema do novo Código Florestal, onde em 2 meses vence o prazo para o CAR (Cadastro Ambiental Rural) mas apenas 10% dos produtores brasileiro realizaram o cadastramento. “É um programa burocrático onde os produtores não conseguem ter clareza sobre os passos necessários para realização do cadastro, então é preciso prorrogar o prazo para que eles consigam compreender melhor todos os aspectos do novo código”, declarou;
 
Além disso, no Rio Grande do Sul os produtores de soja tem sofrido com a incidência da ferrugem asiática nas lavouras, e para Rebelo essa questão também é política, uma vez que a burocracia do Brasil impede o desenvolvimento de novas tecnologias, até mesmo progresso em pesquisas de novos fungicidas.
 
"Em outros países já existem produtos desenvolvidos e eficientes, e aqui pedidos de vários produtos estão engavetados na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e nos Ministérios", declara.
 
Na a região, a produtividade de ficar bem abaixo do esperado, "porque já começam aparecer noites mais frias e o orvalho da manhã, e a umidade favorece o aparecimento do fungo", declara considerando ainda que o veranico já dura 15 dias especialmente nas localidades onde a lavoura ainda está na fase de enchimento do grão.
 
E finaliza declarando “esperar que as coisas aconteçam como na luta dos transgênicos, mesmo com o governo vindo com pelotão de choque e cachorros – nós não levantamos a mão para ninguém e conseguimos aprovar uma lei importante para o Brasil e o mundo”, concluiu.

 

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Por:
Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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