Maior risco para produtor de grãos na próxima safra é a ganância, afirma economista

Publicado em 02/03/2016 13:50
Conheça os cenários para soja e dólar que podem definir o sucesso ou o fracasso do produtor brasileiro para o próximo plantio

"O maior risco para o produtor hoje é a ganância", essa afirmação foi feita pelo economista Miguel Daoud se referindo a produção de soja na safra 2016/17. Segundo ele, não há no mercado aspectos capazes de causar elevações significativas nos preços da soja, por outro lado, existem elementos que podem trazer novas quedas nas cotações.

Sem fatores especulativos para que os fundos invistam em commodities, as cotações na Bolsa de Chicago não devem operar fora do intervalo de US$ 8 a US$ 9 por bushel. Segundo Daoud não há 'no radar' nenhum fundamento de clima, demanda ou oferta que possa atrair os investidores e alterar o movimento observado no mercado.

No Brasil, o dólar tem favorecido a composição de preços da soja e, mantido em patamares elevados o valor da saca, que era para estar ainda mais defasado. O alerta do economista é que no "curto prazo não há elementos que possam fazer o dólar subir ainda mais", destaca.

Porém, a saída da presidente Dilma Rousseff, que parece a cada dia mais próxima poderá fortalecer o real. "Hoje só a possibilidade disso acontecer, no sentimento do mercado financeiro, já é possível observar que o dólar está a R$ 3,89", acrescenta Daoud.

Para ele, essa composição de fatores poderá trazer quedas as cotações da soja também no mercado interno. Neste sentido, o pior cenário para o produtor seria adquirir seus insumos nesses patamares e no momento da comercialização já ter ocorrido uma mudança no conjuntura política e econômica do país, promovendo novas quedas nos preços do grão, com o fortalecimento do real.

"É então que entra a ganância. Se o produtor comprar o insumo hoje, ele precisa travar o preço, de forma que garanta pelo menos o custo. Ele não precisa fazer isso com toda a produção, mas pelo menos um percentual para se assegurar", pondera o economista.

Na projeção de outro cenário, prevendo uma continuidade no governo Dilma, ainda assim Daoud não considera que há espaço para altas significativas no dólar. 

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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