Dólar a R$ 3,70 ou a R$ 5,00 vai depender da escolha do novo presidente e sua capacidade de ajustar as contas públicas

Publicado em 26/09/2018 13:26
Alexandre Mendonça de Barros - Mb Agro
Endividamento público acima de 80% do PIB faz investidores adotarem posicionamento cauteloso em relação à economia brasileira

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Entrevista com Alexandre Mendonça de Barros - Mb Agro

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Pesquisa de Crusoé repercute positivamente no mercado

pesquisa Crusoé/Instituto Paraná divulgada hoje, que mostra Jair Bolsonaro vencendo Fernando Haddad no segundo turno por 44,3% a 39,4%, teve efeito positivo no mercado, registra o Valor Econômico.

Às 14h37, o dólar comercial caía 1,05%, para R$ 4,0394, e o índice da Bolsa de São Paulo subia 0,18%, para 78.773 pontos.

Os agentes de mercado, diz o jornal, também consideraram positiva a redução da diferença a favor de Haddad nas simulações de segundo turno feitas pelo Ibope —de seis para quatro pontos

Paulo Petrassi, sócio da Leme Investimentos, afirmou ao Valor que o mercado virou com a pesquisa de Crusoé. Para ele, a pesquisa do Ibope divulgada na segunda –sem grande mudança em relação à de hoje– parece estar errada ou ser um ponto fora da curva.

David Cohen, da Paineiras Investimentos, foi na mesma linha. Disse que as pesquisas do Ibope têm vindo com algumas incoerências, o que deixa o mercado reticente.

Ibovespa fecha quase estável após sessão volátil com Fed e pesquisas eleitorais

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quarta-feira, após sessão volátil, marcada por decisão de política monetária sem surpresas nos EUA, enquanto o curso da corrida presidencial no Brasil continuou ocupando as atenções no âmbito doméstico.

O principal índice de ações da B3 encerrou com variação positiva de 0,03 por cento, a 78.656,16 pontos, após oscilar da mínima de 78.530,18 pontos à máxima de 79.460,89 pontos. O volume financeiro somou 10,6 bilhões de reais.

Para o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, o mercado segue receoso com potenciais desfechos da eleição presidencial no país, dado o cenário ainda incerto sinalizado pelas pesquisas nas simulações do segundo turno.

Ele observa, contudo, que o comportamento da bolsa nos últimos dias sinaliza que há uma expectativa de que dificilmente o vencedor conseguirá ignorar uma agenda reformista. "Tirando essa dúvida (sobre o próximo presidente), a bolsa pode acelerar os ganhos", acrescentou.

O Ibovespa avançou mais de 5 por cento na semana passada e acumula alta de 2,58 por cento em setembro.

Profissionais da área de renda variável também têm observado fluxo de recursos de estrangeiros para ações brasileiras, acompanhando movimento em outros mercados emergentes.

Dados da B3 mostram que, na semana passada, houve entrada líquida de mais de 2 bilhões de reais no segmento Bovespa. Na segunda-feira, contudo, houve saída líquida de 185,4 milhões de reais, quebrando sequência de seis pregões com saldo positivo.

Do front eleitoral, repercutiu sondagem do instituto Paraná Pesquisas mostrando que o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, segue firme na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto, com 31,2 por cento das intenções de voto.

Levantamento Ibope, preparado a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também repercutiu nas mesas de negociações, mas sem fazer preço nas ações.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve elevou os juros como esperado e deixou sua perspectiva de política monetária para os próximos anos praticamente inalterada diante do crescimento econômico estável e mercado de trabalho forte no país.

DESTAQUES

- BRF fechou em alta de 5,21 por cento, dando continuidade à recuperação verificada em setembro, que já resulta em ganho de 10,33 por cento no mês. Analistas do Bradesco BBI reiteraram os papéis da companhia como 'top pick' no setor de proteínas da América Latina, com recomendação 'outperform'. O Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informaram a abertura do mercado indiano para a carne suína do país. No ano, os papéis da BRF ainda acumulam queda de 39,32 por cento.

- ULTRAPAR avançou 4,66 por cento, a 38,41 reais, tendo no radar relatório da XP Investimentos iniciando a cobertura das ações com recomendação de 'compra' e preço-alvo de 55 reais, conforme o analista da casa enxerga um futuro melhor para a Ipiranga, negócio de distribuição de combustíveis do grupo. No ano, os papéis ainda acumulam perda de 47,48 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,1 por cento, com dados sobre crédito no país também no radar. "O crescimento do crédito continua em sua trajetória de recuperação, apesar das eleições brasileiras se aproximarem do Dia D", escreveu a corretora Brasil Plural em nota a clientes. BRADESCO PN valorizou-se 0,25 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,28 por cento, mas BANCO DO BRASIL cedeu 0,34 por cento.

- PETROBRAS PN fechou com elevação de 0,55 por cento, descolando-se do declínio nos preços do petróleo no exterior.

- VALE encerrou em baixa de 3,52 por cento, após fechar com nova cotação recorde na véspera, alinhada ao declínio de outras mineradoras no exterior e pesando significativamente no Ibovespa dada a relevante participação que detém no índice. No ano, porém, os papéis da mineradora ainda acumulam valorização de mais de 55 por cento.

- BRADESPAR PN recuou 1,1 por cento, revertendo os ganhos do começo da sessão, quando subiu mais de 4 por cento, encontrando suporte no anúncio de acordo entre a holding e a Litel Participações, que prevê o pagamento de até 2,82 bilhões de reais para a Elétron, do empresário Daniel Dantas, encerrando todos os litígios em curso.

- CCR e ECORODOVIAS caíram 5,85 e 2,38 por cento, respectivamente, após concessionárias controladas pelas empresas serem alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal, com prisão de executivos, em aprofundamento de investigação no âmbito da Lava Jato sobre um esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná.

Pesquisa eleitoral e Fed derrubam dólar a R$4,0262, menor nível em cinco semanas

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a sessão com queda superior a 1 por cento e no menor nível em mais de um mês, próximo dos 4 reais, influenciado pelo melhor desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) em pesquisa eleitoral e após o Federal Reserve manter sua previsão sobre a trajetória gradual de aumento dos juros nos Estados Unidos.

O dólar recuou 1,39 por cento, a 4,0262 reais na venda, menor valor desde os 3,9517 reais de 20 de agosto. Na mínima, a moeda foi a 4,0096 reais e, na máxima, 4,0949 reais. O dólar futuro tinha baixa de 1,3 por cento.

"O mercado gostou da pesquisa porque mostrou Bolsonaro crescendo, não consolidando sua estagnação, e ainda acima de 30 por cento", explicou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado, ao citar a pesquisa do instituto Paraná, responsável por firmar a trajetória de baixa do dólar.

Segundo a pesquisa do Instituto Paraná, Bolsonaro segue na liderança com 31,2 por cento das intenções de votos, ante 20,2 por cento de Haddad e 10,1 por cento de Ciro Gomes (PDT). No levantamento anterior, os percentuais eram de, respectivamente, 26,6 por cento, 8,3 por cento e 11,9 por cento.

Em uma simulação de segundo turno contra o petista, Bolsonaro venceria com 44,3 por cento dos votos contra 39,4 por cento de Haddad.

À tarde, o levantamento CNI/Ibope sobre a corrida eleitoral não influenciou os negócios. A pesquisa mostrou Bolsonaro com 27 por cento das intenções de voto e Haddad com 21 por cento, uma diferença de seis pontos percentuais, a mesma vista na pesquisa divulgada pelo instituto na segunda-feira, embora, naquela ocasião, Bolsonaro tivesse 28 por cento e Haddad, 22 por cento.

"O levantamento CNI/Ibope mostrou uma distância constante entre Bolsonaro e Haddad... mercado então continuou repercutindo a pesquisa de mais cedo", comentou o economista-chefe da corretora Guide, Victor Candido.

Mais cedo nesta semana, os mercados haviam mostrado preocupação com um cenário de maior dificuldade para Bolsonaro, trazido justamente por pesquisa Ibope.

O mercado prefere alguém mais comprometido com o ajuste das contas públicas e tem jogado suas fichas recentemente em Bolsonaro, já que o preferido Geraldo Alckmin (PSDB) segue sem tração nas pesquisas.

À tarde, o desfecho da decisão de política monetária do Federal Reserve ajudou a derrubar um pouco mais o preço do dólar ante o real.

"Havia algum temor de que o Fed poderia indicar mais aumentos dos juros no próximo ano, mas ele manteve a previsão de que devem ocorrer mais três novas altas em 2019", explicou o economista-chefe Candido, da Guide.

Ao elevar a taxa de juros para o intervalo de 2,00 a 2,25 por cento nesta tarde, o terceiro aumento em 2018, o Fed deixou sua perspectiva de política monetária para os próximos anos praticamente inalterada em meio ao crescimento econômico estável e a um mercado de trabalho forte no país.

A autoridade monetária previu mais um aumento em dezembro, mais três no ano que vem e um derradeiro em 2020.

Após o Fed, o dólar tinha leve alta ante a cesta de moedas e caía ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Os operadores também citaram fluxo como justificativa para o recuo do dólar ante o real, além de um movimento de zeragem de posições compradas.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. O BC já rolou até esta sexta-feira 9,265 bilhões de dólares em swaps cambiais do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

 

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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