A mídia tóxica encontrou outro problema para Bolsonaro; agora seria o Artur Lira e o Centrão
“Zero problema entre nós”, diz Bolsonaro sobre “sinal amarelo” de Lira
Reuniu-se com presidente da Câmara; Diz não medir esforços para vacinas (no Poder360)

O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente Jair Bolsonaro se abraçam em gesto de aproximação, no Palácio do Planalto
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (25.mar.2021) que não há problemas em sua relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A declaração é feita 1 dia depois de o deputado dizer que o Legislativo não vai tolerar mais erros na condução do combate à pandemia.
“Eu conversei com o Lira. Não tem problema entre nós. Zero problema. Conversamos sobre muitas coisas”, disse Bolsonaro a jornalistas em incomum caminhada pelo salão térreo do Palácio do Planalto. “Nunca teve nada de errado. Meu velho amigo de parlamento, torci por ele, e o governo continua tudo normal”.
Lira afirmou nessa 4ª feira (24.mar) que estava acionando um “sinal amarelo” e mencionou remédios políticos “amargos” e “fatais” em mensagem direcionada ao Executivo. Leia a íntegra do pronunciamento.
“Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados”, afirmou o congressista no plenário da Câmara.
O presidente da Câmara pediu um esforço concentrado para a pandemia. “Faço um alerta amigo, leal e solidário: dentre todos os remédios políticos possíveis que esta Casa pode aplicar num momento de enorme angústia do povo e de seus representantes, o de menor dano seria fazer um freio de arrumação até que todas as medidas necessárias e todas as posturas inadiáveis fossem imediatamente adotadas”.
ERNESTO SOB PRESSÃO
Bolsonaro foi perguntado sobre a situação do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Cresceu nos últimos dias a pressão de congressistas para que o presidente demita o chanceler. No discurso de 4ª, Lira também criticou publicamente a política externa brasileira.
Nesta 5ª (25.mar), o chefe do Executivo limitou-se a dizer: “Não estamos medindo esforços para contratar vacinas“. Também afirmou que sua relação com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, é “excepcional”.
Bolsonaro foi consultado por ministros sobre essa troca e rechaçou a possibilidade. “Não me peçam para trocar o Ernesto”, respondeu o presidente. Havia dentro do Palácio do Planalto a sugestão para que o almirante Rocha, hoje titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos e interino na Secom da Presidência, fosse deslocado para o Itamaraty. Isso também poderia abrir espaço para acomodação do general Eduardo Pazuello na Secretaria de Assuntos Estratégicos. Mas o presidente foi contra, e a ideia, pelo menos por ora, morreu.
Ernesto Araújo é um dos últimos representantes no governo em cargo relevante da corrente mais fiel ao pensamento defendido pelo escritor Olavo de Carvalho. Esse grupo é contra o que chama de globalismo.
"Sinal amarelo" de Lira demonstra insatisfação do Congresso com governo, diz Pacheco (Reuters)
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira que o pronunciamento na véspera do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em que fala em acender um "sinal amarelo" e menciona remédios amargos sinalizam a insatisfação do Congresso com o governo federal.
Pacheco defendeu que o governo assuma a postura de atuar pela pacificação. Para ele, a fala de Lira na quarta-feira pode ajudar a encontrar uma saída para a crise.
"É uma demonstração de insatisfação porque de nossa parte no Congresso Nacional, tanto Câmara quanto Senado, nós estamos buscando de todas as formas ter um ambiente de consenso, de pacificação, de busca de soluções, e isso precisa também, do outro lado, por parte do governo federal, ter essa mesma postura e essa mesma vontade", disse o presidente do Senado a jornalistas.
"A manifestação do deputado Arthur Lira é uma manifestação legítima de alguém que preside uma Casa que é a Casa do povo", acrescentou.
"Mas isso obviamente que é uma manifestação que será capaz de significar uma possibilidade de solução desse problema que eu quero crer que seja um anseio também do presidente da República, de consertamos alguns pontos para poder termos de fato uma união nacional no enfrentamento dessa crise", avaliou.
Na quarta-feira, Lira alertou que estava apertando um sinal amarelo, propondo um freio nas votações na Câmara para se dedicar por duas semanas a temas ligados à pandemia, quando o Brasil enfrente o pior momento da Covid-19, com seguidos recordes de mortes pela doença e novos casos.
O presidente da Câmara pediu união e ponderou não ser justo "descarregar toda a culpa" no governo ou no presidente, mas alertou que "os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos", "alguns, fatais", no que pode ser encarado como uma referência indireta a um processo de impeachment.
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