Relatórios do USDA apontam estoques maiores e aumento de área da soja nos EUA, pressionando cotação em Chicago

Publicado em 31/03/2017 17:19
Confira a entrevista com Cesar de Marcos Araújo - Analista da Lansing Trade Group
Com novos números do USDA , cotações da soja ficam sem força para buscar patamares mais elevados

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Marcos Araújo - Analista da Lansing Trade Group

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Em função dos relatórios de estoques e de intenção de plantio divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado da soja tem mais um dia negativo na Bolsa de Chicago (CBOT).

De acordo com o analista de mercado Marcos Araújo, da Lansing Trade Group, a combinação desses fatores com a safra recorde na América do Sul contribuiu para que os preços da soja em reais, no mercado interno, também ficassem menos remuneradores aos produtores.

O mercado aguardava um estoque de 45 milhões de toneladas para a soja americana. No relatório do USDA, os estoques vieram em 47,2 milhões de toneladas. Para o milho, o mercado aguardava 216,7 milhões de toneladas e o relatório trouxe o número de 218,9 milhões de toneladas. A intenção de plantio nos Estados Unidos, por sua vez, veio de 36,2 milhões de hectares para a soja, acima do esperado e de 36,4 milhões de hectares para o milho, abaixo do esperado.

Diante desse aumento, considerando a previsão de produtividade de 53,8 sacas por hectare divulgada pelo USDA, os Estados Unidos poderão ter uma safra de 116 milhões de toneladas. Considerando a produtividade da última safra, de 58,4 sacas por hectare, a safra poderia saltar para 126 milhões de toneladas.

Alguns rumores dão conta de uma safra brasileira de 118 milhões de toneladas - mas grande parte das estimativas apontam algo em torno de 111 milhões de toneladas. Com aumento de produtividade também na Argentina, estimada em 57 milhões de toneladas, Paraguai com 10 milhões de toneladas e Uruguai e Bolívia, juntos, com 7,5 milhões de toneladas, a tendência é que a safra sulamericana seja uma superssafra.

A comercialização de soja brasileira está em 45%, contra 65% no mesmo período do ano passado. No próximo dia 30, o Custeio Agrícola deve ser liquidado, o que pode levar muitos produtores a terem a necessidade de vender para honrar seus pagamentos. Se nós tivermos uma confirmação de safra recorde, isso poderá ser uma estratégia errada, como aponta Araújo - com ressalva se houver uma disparada na taxa de câmbio, o que poderia causar um descolamento dos preços de Chicago no segundo semestre.

A partir de junho, os produtores devem ficar atentos aos prêmios climáticos da safra americana, que trazem, historicamente, bons momentos para os produtores brasileiros - em especial, entre os dias 15 e 20 de junho.

A grande produção de soja, somada a uma grande produção de milho, também pode trazer uma pressão de armazenagem a partir de julho até o final de outubro, o que também pressionaria os preços.

Milho

O mercado do milho no mercado interno, por sua vez, segue pressionado. Os estoques mundiais são recorde e há a expectativa de uma grande safrinha do Brasil, além da grande concorrência entre Brasil, Estados Unidos, Ucrânia e Argentina.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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