EUA pode perder 10 mi de t de milho e 3,5 mi de soja, estima AgResource
O analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource, em Chicago (EUA), aponta que haviam mapas do modelo americano influenciando o mercado apontando chuvas generalizadas para as áreas produtivas dos Estados Unidos, mas que essas chuvas não foram confirmadas. Alguns locais foram favorecidos, mas as áreas que mais sofrem com a seca, como Iowa e as Dakotas, não receberam volumes suficientes para romper o panorama.
De acordo com os modelos da AgResource, o milho acumula perdas de até 10 milhões de toneladas no momento, com potencial de chegar até 20 milhões. Para a soja, essa perda é de 3,5 milhões de toneladas. Esses números, entretanto, não são finais. O analista aposta em uma redução no próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado em 10 de agosto.
O mês de julho é mais preocupante para a cultura de milho, enquanto a soja tem seu mês mais crítico em agosto. Tendo registrado perdas já neste período, a oleaginosa ainda pode encontrar mais perdas se as condições continuarem se agravando.
A AgResource realizou um tour pelos estados de Illinois e Indiana e pode identificar que Illinois passa por um estágio de transição entre padrões climáticos. Entre o leste e o oeste do cinturão, tem lavouras em situações diferentes, em estágios entre médio e ruim. Já em Indiana, o cenário é "um pouco mais agradável", como avalia Pereira, com lavouras visivelmente mais saudáveis, apesar de alguns problemas pontuais com excessos de chuva no começo de plantio, próximos à fronteira com Ohio.
Mercado
Ele lembra que o mercado climático toma conta das cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) e que qualquer atualização climática afeta diretamente do lado da oferta. Há uma possibilidade de que o USDA também reduza o índice de bom estado das lavouras em 2%, informação que poderia ser diluída caso algum mapa trouxesse chuvas a curto prazo.
Por outro lado, a China compra soja em grandes volumes, não somente nos Estados Unidos, como também do Brasil, em um momento no qual as projeções da oferta não se apresentam bem. Por isso, o analista acredita que o espaço altista no mercado é muito maior do que o espaço baixista, até que haja alguma reviravolta.
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