Clima favorável ao plantio no Brasil, dólar em alta e recuo do petróleo pressionam cotações da soja em Chicago
A terça-feira (14) foi mais um dia negativo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), dando sequência a um movimento de baixa que se faz presente desde o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista da Safras & Mercado, destaca que a queda em Chicago vem sendo justificada pela tendência que começou na semana anterior, com o USDA confirmando a entrada da superssafra americana. A colheita nos Estados Unidos melhorou na última semana e agora entra na reta final, com um ritmo dentro da média e produtividades excelentes.
Por mais que esse fator já estivesse precificado, Chicago tende a recuar um pouco mais com a confirmação. Porém, o clima na América do Sul passa a ser o fator central do mercado e, como este se encontra favorável para o plantio, a CBOT também sente a pressão dessa questão.
O mercado se antecipa aos mapas e, observando os próximos 15 dias, começa a precificar a manutenção deste clima positivo para o Brasil. O peso das commodities também é influenciado pela queda do petróleo e das movimentações do dólar.
Em Chicago, o mercado spot tende a trabalhar há várias semanas entre US$9,50/bushel e US$10/bushel, com um suporte intermediário de US$9,65/bushel que dificilmente é batido. Assim, seria necessária uma grande novidade para romper esse intervalo.
Do lado da demanda, os embarques estão fluindo nos Estados Unidos e tendem a recuperar o forte ritmo. A situação também se reflete no Brasil. Este é, portanto, um fator de suporte de destaque para a CBOT.