Aumentam as incertezas sobre o potencial da safra Sul-Americana e irregularidade do clima pode trazer boa oportunidade de venda
Nesta quinta-feira (23), o mercado da soja não conta com a referência de Chicago por conta do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Na sexta (24), haverá apenas meio pregão.
Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, destaca que os próximos rumos devem ser tomados levando em conta o clima na América do Sul. Ele avalia que o fechamento de ontem, em plena colheita norte-americana, foi bastante positivo.
O que se visualiza, até o momento, é que o plantio no Cerrado brasileiro está complicado, já que a projeção de grandes chuvas não está se tornando realidade em várias áreas. Falta luz e falta chuva para o término da implantação da soja. Na Argentina, também há um cenário de poucas chuvas, que gera incerteza sobre o que vem pela frente.
Tendo esses fatores em jogo, Fernandes acredita na possibilidade do mercado de romper a resistência dos US$10,05/bushel. Dependendo da saúde financeira e da necessidade de venda, este é um patamar no qual os produtores poderiam considerar vender a safra nova da oleaginosa. Ele lembra, ainda, que o risco em torno do clima deixa o mercado aberto à volatilidade.
Milho
Para o milho, embora haja uma superoferta, "são excelentes safras e fantásticas demandas", como aponta o consultor. O consumo no mercado interno é robusto, assim como as exportações. Estes fatores podem fazer com que os patamares de preço do cereal sejam saudáveis.
Contudo, o mercado pode ficar menos confortável para o demandador em relação ao ano passado, embora este ponto não seja uma pressão e, sim, algo que necessita de um pouco mais de atenção. Para os produtores que possuem milho para vender, os patamares atuais são remuneradores, mas o milho da segunda safra começa a acender um alerta, pois as produtividades devem ser boas para que a conta seja fechada.