Soja em Chicago se recupera com otimismo no financeiro e percepção de que produto americano pode ter maior protagonismo em breve
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Fechamento de Mercado da Soja - Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
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O mercado da soja teve uma quinta-feira (19) de altas muito fortes durante todo o dia e a Bolsa de Chicago encerrou o dia com ganhos entre 9,25 e 17,75 pontos nos principais vencimentos, levando o maio a US$ 8,43 e o julho a US$ 8,48 por bushel. Os preços foram estimulados, desde cedo, por uma combinação de fatores.
No início do dia, os traders receberam as informações de que a Argentina fechou cinco terminais portuários em Timbués, na província de Santa Fé até o dia 2 de abril como parte de medidas preventivas em relação à pandemia de coronavírus.
O município fica ao sul da província de Santa Fé e possui terminais de importantes tradings como LDC, ACA, RENOVA, AGD e COFCO. Assim, como o país é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja, as notícias trouxeram muita força às cotações do farelo, que chegaram a registrar ganhos de até 3% na CBOT.
Além disso, o mercado ainda tentou antecipar a possibilidade de que a demanda que fica comprometida na Argentina pelo derivado deveria migrar, naturalmente, para os EUA, o que ajudou a puxar os futuros de todo o complexo na Bolsa de Chicago.
Mais do que isso, a demanda pela soja em grão, especialmente por parte da China, deverá se voltar mais ao mercado norte-americano, como explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. "E o Brasil não tem mais soja, já vendemos 70% da nossa safra", diz.
Paralela a essa questão, Fernandes explica ainda que o mercado está atento ainda às estimativas que recebe nos próximos dias, com a chegada dos novos números da projeção de área de plantio nos EUA na safra 2020/21 e essas informações da nova safra deverão começar a ganhar mais espaço no mercado em Chicago.
Paralelamente, o consultor explica ainda que os mercados aos poucos buscam uma retomada diante ainda de uma injeção histórica de liquidez que ocorreu nos últimos dias. "Os mercados de soja e milho já caíram muito, precisavam se ajustar", disse.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, segue o momento de oportunidades historicamente boas para o produtor brasileiro. "E lucro colocamos no bolso", diz Fernandes. É momento do produtor ter cautela, pragmatismo e cada vez mais profissionalismo na hora de efetivar sua comercialização.
O dia foi positivo para a formação das cotações nos portos do país, que chegaram a marcar os R$ 100,00 em algumas terminais, mas apenas como indicativos dos melhores momentos do dia, e não como referência.
Não só para a soja da safra atual, mas para a 2021 as vendas estão aquecidas, com alguns estados já registrando um comprometimento da próxima temporada de até algo entre 20% e 30%, números bem além dos registrados em temporadas anteriores.
1 comentário
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Jorge A. Graunke PONTA PORÃ - MS
Há pouco o motivo da alta era a paralisação de portos da Argentina...
Com 25 milhões de ton. de quebra, EUA ainda tem soja??