Soja em Chicago com poucas alterações à espera de relatórios de área plantada e estoques trimestrais nos EUA

Publicado em 30/03/2020 17:32 e atualizado em 30/03/2020 21:25
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting
Expectativas apontam para aumento da área plantada de soja em relação à safra passada e redução dos estoques trimestrais na comparação com mesmo período do ano anterior

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Fechamento de Mercado da Soja - Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Nesta segunda-feira (30), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com estabilidade, depois de testar os dois lados da tabela durante o dia. Os principais contratos encerraram o pregão com variações bastante tímidas de 0,25 a 1,25 ponto nos principais contratos. Assim, o maio encerrou com US$ 8,82 e o agosto, US$ 8,86 por bushel. 

Em contrapartida, o dólar subiu mais de 1% e voltou a fechar acima dos R$ 5,10, com R$ 5,18 neste início de semana, e manteve os preços firmes no mercado brasileiro. As referências de preços para a oleaginosa nos principais portos variam entre R$ 100,00 e R$ 102,00 por saca nas entregas mais curtas.

A soja brasileira segue ainda mais competitiva do que a norte-americana, conta com demanda mais intensa e melhor qualidade, uma combinação que mantém o cenário bastante positivo para os negócios no Brasil, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

MERCADO INTERNACIONAL

A pouca movimentação na Bolsa de Chicago, como explicou o consultor, se deu com os traders esperando pelos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta terça-feira (31). 

O mercado espera pelos novos dados, porém, sem grandes expectativas diante da força das notícias que ainda são ligadas ao Covid-19. Os números chegam às 13h (horário de Brasília) desta terça-feira, 31 de março. 

Para Brandalizze,  se os números vierem dentro das expectativas pouco mudam no caminhar dos negócios com soja e milho na Bolsa de Chicago, que precisam de novidades para definir uma melhor direção e sair do seu modo de proteção que adotou diante da atual realidade causada pelo coronavírus e da espera por estes números. 

EXPECTATIVAS

Para a área de plantio da soja, a expectativa do mercado varia de 33,47 a 35,21 milhões de hectares, com média de 34,28 milhões. Em 2019, foram plantadas 30,8 milhões de hectares. 

O mercado espera os estoques trimestrais de soja, em 1º de março de 2020, em 60,88 milhões de toneladas, podendo ficar em um intervalo de 56,47 a 73,51 milhões de toneladas. Em 1º de março de 2019 eram 74,22 milhões.

Caminhões com soja aguardam para descarregar no Porto de Santos (SP)
  • Caminhões com soja aguardam para descarregar no Porto de Santos (SP) 27/03/2013 

Setor de soja do país ainda vê restrições a caminhoneiros; portos operam normalmente

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de soja, principal produto de exportação do país nos últimos anos, avaliou nesta segunda-feira que persistem problemas advindos da crise do coronavírus que limitam as viagens de caminhoneiros, responsáveis por transportar aos portos cerca de 50% da safra brasileira.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) disse, por meio da assessoria de imprensa, que continuam as paralisações de postos de serviços a caminhoneiros no interior do país, medidas essas impostas por municípios para combater a doença.

O fechamento de borracharias e restaurantes nos postos está "dificultando o transporte no nosso setor e ainda não vimos uma mudança desde que a portaria (que detalha os serviços essenciais) foi publicada pelo governo semana passada", disse a Abiove, referindo-se a uma medida do governo para tentar resolver o problema.

"Caminhoneiro não quer fazer transporte de longa distância porque não sabe o que vai encontrar pelo caminho. Isso também está impactando no preço do frete", acrescentou a associação, reiterando posição divulgada na semana passada, quando avaliou que o Brasil, ainda assim, conseguirá atender a demanda externa.

O mercado acompanha com lupa a situação no Brasil, já que o país, o maior exportador global de soja, está no pico de escoamento de sua safra, com a colheita em estágio avançado, já tendo sida realizada em mais de dois terços das áreas de cultivo.

Na última semana, representantes de outras cadeias do agronegócio chegaram a reportar problemas na entrega de mercadorias, como foi o caso da indústria de farinha de trigo. Isso em função de alguns bloqueios em municípios.

Após a publicação de uma portaria que estabeleceu, na semana passada, serviços e atividades ligadas à agricultura como essenciais, o setor avaliou que o transporte de produtos poderia ocorrer já sem limitações vistas anteriormente.

Consultadas nesta segunda-feira, a associação da indústria do trigo, Abitrigo, informou ter notado melhora no fluxo de mercadorias, assim como a entidade que reúne produtores de carne suína e de frango, a ABPA.

Se há algumas restrições para atendimento dos caminhoneiros nas estradas, os portos do Brasil, em contrapartida, estão operando normalmente e os fluxos de produtos agrícolas para o exterior também estão normais, disse a agência marítima Cargonave nesta segunda-feira, em boletim que atualiza clientes neste período em que medidas para combater o coronavírus podem atrapalhar as movimentações de mercadorias.

Já na vizinha Argentina os embarques de produtos agrícolas e agroindustriais estão enfrentando atrasos devido aos controles que o governo realiza a navios que ingressam nos portos, disseram nesta segunda-feira fontes do setor agroexportador.

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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