Margens ruins e escassez do grão devem reduzir esmagamento de soja no Brasil. Agrinvest projeta recuo de 44 para 41 mi/t

Publicado em 05/05/2020 17:19 e atualizado em 05/05/2020 18:04
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest
Para garantir soja em agosto, por exemplo, indústrias brasileiras precisam pagar mais de R$112,00/saca e evitar que compradores externos levem matéria-prima

 

 

 

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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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O mercado da soja fechou o pregão desta terça-feira (5) com leves altas na Bolsa de Chicago. Os preços subiram entre 0,75 e 4,25 pontos, com o maio sendo cotado a US$ 8,38 e o agosto, US$ 8,40. As cotações trabalharam durante todo o dia bem próximo da estabilidade. 

Nos vencimentos mais longos, principalmente os de 2021, o mercado voltou a registrar queda. O movimento, como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, é reflexo das vendas que o Brasil já faz 20201. "Como o brasileiro está vendendo bem, a janela fica mais curta para os EUA", diz. 

E novas compras feitas pela China no mercado norte-americano voltam a esbarrar em um novo momento de tensão entre os dois países. As relações voltaram a se desalinhar depois das acusações do presidente Donald Trump à nação asiática em torno da pandemia do coronavírus. 

"Não sabemos ainda como será o ano. O Brasil está sem soja, a China está bem coberta até meados de agosto, e a China ainda precisa comprar bons volumes de agosto para frente, quando teremos a entrada da safra brasileira. Até lá, a China não teria alternativa e teria que comprar dos EUA, mas há a escalada das tensões, teremos que ver se ela irá comprar ou não", diz o analista. 

Enquanto isso, os prêmios para a soja do Brasil continua a subir frente à oferta ajustada, e os valores são mais elevados a cada mês mais a diante. 

"Isso nos mostra que lá na frente haverá menos soja ainda e uma disputa da indústria com o exportador. Então, a tendência natural é que os prêmios se firmem mais no segundo semestre. E para este ano, como comercializamos muito rápido a tendência é de que os prêmios se fortaleçam mais rápido e mais cedo", completa Vanin. 

Nesta terça-feira, os preços da soja voltaram a subir nos portos do Brasil. As referências para o produto disponível ficaram entre R$ 106,00 e R$ 108,00 por saca nos terminais de Santos, Rio Grande e Paranaguá, enquanto parta fevereiro de 2021 estiveram entre R$ 103,00 e R$ 105,00. As altas foram de 0,47% a 1,43%. 

DISPUTA INDÚSTRIA X EXPORTAÇÃO

Na análise da Agrinvest Commodities, o esmagamento de soja no Brasil pode ser menor do que o inicialmente projetado, ficando em 41 milhões de toneladas contra a projeção de 44 milhões antes do início da pandemia. A redução viria de uma demanda bem menor do setor do biodiesel e um pouco mais fraca do setor de rações, o que já resulta em margens bastante apertadas para a indústria esmagadora. 

Ainda assim, como explica Vanin, pode haver uma disputa pela pouca oferta nos próximos meses e as indústrias teriam que pagar os preços acima da paridade para manter a oleaginosa aqui dentro. Para garantir soja em agosto, por exemplo, as processadoras precisariam pagar acima de R$112,00 por saca e evitar que compradores externos levem matéria-prima. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Quem quer moleza toma sopa de minhoca..., olha, a industria ainda tem sorte por Chicago estar no fundo do poço...ja pensou nesse dolar (e ainda subirá mais), com Chicago 13 ou 14/ buchel!!! ... (mas lembrando sempre, o nosso custo tambem é dolar!!).

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