Soja brasileira está US$0,10/bushel mais cara que a americana, mas demanda chinesa ainda segue firme
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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Após baixas consecutivas, os preços da soja nos portos brasileiros registraram estabilidade nesta quarta-feira (27), mesmo com uma nova baixa do dólar de mais de 1%. A moeda americana encerrou o dia abaixo dos R$ 5,30, enquanto em Chicago os futuros da oleaginosa terminaram o dia com pequenas altas de 0,50 a 1,50 ponto nos principais vencimentos, levando o julho a US$ 8,48 e o agosto a US$ 8,50 por bushel.
Como explicou o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, em entrevista ao Notícias Agrícolas, a recuperação das cotações na CBOT se dá, em partes, por conta de um interesse maior da China pela oleaginosa norte-americana e pela baixa disponibilidade de produto no Brasil.
A soja dos EUA já se mostra mais barata para o importador chinês agora, "com a brasileira chegando na China cerca de 10 cents de dólar por bushel mais cara, considerando já nosso diferencial de qualidade", diz Vanin.
No entanto, o executivo pondera o fato ainda de que a China, ao menos até agosto, não precisa de soja. "As esmagadoras chinesas agora estão preocupadas em receber, esmagar e vender seu farelo. Claro que isso terá impacto sobre suas margens de esmagamento para baixo, mas por agora a China não precisa de mais soja".
Até agora, o recebimento de soja brasileira pela nação asiática é bastante grande e os meses de junho e julho ainda registrarão grandes volumes embarcados. Em todo 2020, os embarques superam 46 milhões de toneladas, contra 33 milhões no mesmo período do ano passado.
E todo este cenário tem motivado uma importante valorização dos prêmios pagos à soja brasileira, ajudando a manter indicativos ainda importantes para o preço em reais. No entanto, Vanin afirma também que o ganho nos prêmios não compensa totalmente as baixas registradas pelo dólar e que nem deverão alcançar os níveis recordes observados no pico da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
"Mas sim, a tendência é de valorização para os prêmios, e essa alta já está sendo repassada para os consumidor, o que é um movimento bastante natural", diz o analista da Agrinvest.
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