Valorização do real fez soja brasileira perder competitividade frente a americana com negócios a US$ 354 X US$ 340 por tonelada

Publicado em 03/06/2020 17:47
Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora
Nos últimos 15 dias valorização do real frente ao dólar chegou a 17%

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Entrevista com Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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O dólar voltou a cair forte frente ao real nesta quarta-feira (3) e marcou sua mínima em 10 semanas, valendo R$ 5,08, depois de bater na mínima de R$ 5,01 ao longo do dia. Nos últimos 15 dias, a moeda americana já acumula uma baixa de mais de 17%, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, e impacta diretamente na formação dos preços da soja brasileira. 

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No interior do Brasil, as cotações recuaram em todas as regiões produtoras pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, com perdas de até 5,38%, como foi o caso de Brasília, onde a saca da soja foi a R$ 88,00. Em Ponta Grossa, Paraná, queda de 4,76% para R$ 100,00 por saca. 

Nos portos, as referências permaneceram estáveis para Paranaguá e Rio Grande, com R$ 105,00 e R$ 103,00 para disponível, respectivamente, e R$ 102,00 e R$ 100,50 por saca na safra nova, se apoiando nas altas que foram registradas na Bolsa de Chicago e nos prêmios positivos. Para Santos, queda de 3,57% no disponível e de 4,76% para fevereiro 2021, com indicativos de R$ 108,00 e R$ 100,00 por saca. 

O diferencial do câmbio já deixa a soja brasileira mais cara do que a norte-americana e contribui para os ganhos observados no mercado internacional. Ainda segundo Mariano, a tonelada da soja do Brasil já chega aos US$ 354,00, enquanto a dos EUA marca, em média, US$ 340,00. 

O produto nacional mais caro e mais escasso do que o dos EUA já é um outro fator positivo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago. Desde o início da semana, os futuros da oleaginosa vem registrando um consistente movimento positivo "e pode ser que suba um pouco mais", acredita Mariano. 

As posições mais negociadas terminaram o pregão desta quarta com ganhos de 5,75 a 7 pontos, levando o julho a US$ 8,57 e o agosto a US$ 8,59 por bushel. "E podemos chegar aos US$ 8,60, depois US$ 8,62 e quem sabe subir mais um pouco", diz o analista da Novo Rumo. "Esse tem sido o tom da semana por enquanto", completa. 

Por enquanto porque, novamente, o mercado recebeu um novo rumor sobre as relações entre China e Estados Unidos, após o encerramento das atividades desta quarta. 

O jornal norte-americano The Wall Street Journal publicou na tarde desta quarta-feira (3) que estatais chinesas teriam cancelado o embarque de alguns produtos agrícolas norte-americanos diante da escalada das tensões entre Pequim e Washington. 

As informações partiram de algumas autoridades marítimas e dão conta de que "alguns carregamentos de ração, milho, carne suína - de 15 mil a 20 mil toneladas, carne bovina e algodão foram cancelados", segundo disse um executivo sênior chinês envolvido com as importações chinesas que pediu para não ser identificado. 

Se especula ainda de que a soja também está na lista e a publicação fala no cancelamento de 23 cargos de soja americana pelos chineses. 

"Para soja especificamente não acredito (em grandes impactos), já que a notícia já está desacreditada em algumas perspectivas", explica o analista, lembrando que a China ainda é muito dependente da soja norte-americana, o que pode fazer com que o impacto da notícia para o mercado em Chicago seja limitado. 

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>> China cancela embarques de compras de produtos agrícolas dos EUA, afirma The Wall Street Journal

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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