Soja: Preços recordes e boa rentabilidade trazem maior área da história para o Brasil na safra 2020/21

Publicado em 22/07/2020 11:53 e atualizado em 22/07/2020 16:06
Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado
Safras & Mercado estima aumento de quase 2% em relação à safra 2019/20, maior produtividade e colheita superando as 131 milhões de toneladas. Rentabilidade com preços recordes é principal combustível para o aumento.

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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque sobre o Aumento de área de soja 2020/21 do BR

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O Brasil deverá cultivar a maior área de soja da história do país na safra 2020/21 com 37,804 milhões de hectares. A projeção é da Safras & Mercado e, como explica o analista Luiz Fernando Gutierrez, o combustível principal para esse movimento são os preços recordes pagos pelo produto brasileiro. 

"Essa boa rentabilidade é o principal fator de incentivo de área. Não tem porque o produtor que plantou bem, colheu bem e que vendeu sua safra muito bem não aumente sua área de soja. E vemos até hoje preços inacreditáveis na soja, e o produtor se capitalizou muito bem", diz. 

O movimento deverá ser generalizado e deve ser registrado em todos os principais estados produtores do Brasil. O que impede que o aumento seja maior são as boas remunerações em outras culturas, como arroz e trigo, por exemplo, e também na pecuária. 

"O destaque negativo fica para o Sul do Brasil, onde não deverá crescer nem 1%. Temos uma estimativa inicial de que os três estados, juntos, cresçam 0,6", explica Gutierrez, complementando com informações sobre as perdas com a soja na última safra, principalmente no Rio Grande do Sul, por conta dos problemas climáticos. 

Já os destaques positivos ficam para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde o aumento deverá ser de mais de 2%, bem como o estado do Pará, na região norte. 

COMERCIALIZAÇÃO x ESTOQUES

A estimativa de colheita da nova safra de soja do país é de pouco mais de 131 milhões de toneladas - com a produtividade média, até este momento, em 58,35 sacas por hectare (3,501 quilos/ha), e desse total já há pouco mais de 35% comprometida com a comercialização, ainda segundo a Safras & Mercado. 

"Conseguimos travar a safra nova com preços muito atrativos, e o produtor está aproveitando, está se capitalizando, aproveitando para fazer seu hedge e acredito que esta é a estratégia correta", explica o analista. 

O ano de 2020 deverá terminar com estoques quase zerados de soja no Brasil, o que deverá dar suporte aos preços, pelo menos, no primeiro trimestre de 2021. Mas será preciso conhecer o real tamanho da nova safra brasileira, o clima no país e a conclusão da temporada norte-americana. 

DEMANDA

As primeiras expectativas de demanda da Safras & Mercado para a soja 2020/21 do Brasil são de um aumento tanto nas exportações, quanto na demanda interna, com esmagamento também maior do que o deste ano. "A demanda chinesa vai continuar firme, não tem porque mudar", acredita Gutierrez. 

Todavia, o analista reforça que é necessário que seguir monitorando as questões da guerra comercial e as relações entre China e EUA, bem como o acirramento de tensões entre os dois países. 

CLIMA

Neste momento, a maior expectativa no cenário climático para a nova safra de soja do Brasil é a possibilidade de um La Niña. Confirmado, o fenômeno poderia trazer menos umidade para o Sul do Brasil. "Ainda é cedo, mas já é um alerta para a nova safra", diz. 

 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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